Instituto de Investigação RAIZ faz parte do Clube UNESCO das Nações Unidas
O RAIZ (Instituto de Investigação da Floresta e Papel) acaba de integrar a Rede Portuguesa de Clubes UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), após a aprovação da sua candidatura, anuncia o instituto.
A candidatura, levada a cabo pelo RAIZ em novembro de 2020, foi aceite no dia 11 de dezembro do mesmo ano, após a análise e parecer da Comissão de Avaliação e da consequente validação pela Comissão Nacional da UNESCO. Recentemente, foi assinado um Protocolo de Colaboração que formaliza esta parceria e faz do RAIZ o mais recente Clube UNESCO em Portugal, lê-se no comunicado.
A Rede Clubes UNESCO junta parcerias, a nível nacional, entre as Comissões Nacionais da UNESCO e as instituições do Estado e da Sociedade Civil que seguem objetivos comuns, suscitando e encorajando a defesa dos valores proclamados pela UNESCO. Estes objetivos visam contribuir para a promoção do exercício de uma cidadania mais consciente e mais participativa ao nível da educação; constituir-se como parceiro na promoção da educação para todos; contribuir para a divulgação dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e promovê-los através das suas ações e atividades; desenvolver e produzir materiais pedagógicos que potenciem a cidadania ativa e a participação dos jovens; desenvolver programas de formação; e promover seminários, reuniões, debates e exposições enquadráveis nos objetivos propostos.
Os Clubes UNESCO são um reconhecimento do Governo Português e da Comissão Nacional das Nações Unidas a organizações com projetos que vão ao encontro das missões e valores que visam a divulgação da Educação, da Ciência e do Conhecimento, da Conservação e promoção do Património e Herança Cultural e ODS, que torna estas organizações ou projetos em extensões da atividade da Comissão Nacional da UNESCO, promovidas como best practices a nível internacional.
Com esta parceria, o RAIZ irá contribuir para tornar a cidadania mais consciente e participativa, promovendo a realização de seminários e debates, através de um Think Tank, que irão ao encontro dos objetivos e valores da UNESCO. Está definida, também, a sua colaboração com instituições locais, regionais, nacionais e internacionais em ações ligadas aos objetivos da UNESCO, de forma a promover os seus valores.
Carlos Pascoal Neto, diretor geral do RAIZ, considera que “este é um reconhecimento, com elevada visibilidade nacional e internacional, ao trabalho realizado pelo do RAIZ no domínio do Conhecimento, da Educação, da Ciência e da Sustentabilidade”, reforçando que “outros benefícios da integração do RAIZ na Rede Portuguesa dos Clubes UNESCO são as sinergias com a rede nacional e internacional da organização, com ganhos relevantes no desenvolvimento das atividades previstas, além de ser, também, uma oportunidade para uma colaboração mais estreita e dinâmica com a UNESCO internacional”.
“Floresta do Saber”, um projeto educativo com foco na sustentabilidade
Enquanto Clube UNESCO, o RAIZ irá executar várias atividades, entre as quais o “Floresta do Saber”, projeto de educação e comunicação na área da sustentabilidade, apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. O objetivo passa por aliar o conhecimento de ponta gerado pelo RAIZ (nos Polos do Eixo e da Herdade de Espirra) e a natureza particular da Quinta de São Francisco (local onde se situa o RAIZ).
O projeto “Floresta do Saber” pretende divulgar novos produtos derivados da floresta (resultantes da IDI&T), com origem em fontes renováveis, promovendo padrões de vida mais sustentáveis nas gerações do futuro e contribuindo para a redução da pegada ecológica. Procura, também, sensibilizar para a importância das florestas plantadas, que assumem um papel fundamental na preservação das florestas naturais, e alertar para a relevância dos bio produtos onde o papel e os materiais celulósicos se inserem. Numa altura de crescente consciencialização mundial para as alterações climáticas, estes bio produtos conquistam um lugar de relevo dentro do paradigma da sustentabilidade e da economia circular, e cuja origem em matérias-primas naturais e renováveis são capazes de substituir os de proveniência fóssil, como o plástico.
O “Floresta do Saber” pretende, assim, que as gerações atuais e futuras tenham experiências enriquecedoras num ambiente florestal bio diverso.
Dar a conhecer o património histórico-natural que constitui a Quinta de São Francisco (espaço florestal com 14 hectares, mais de 400 espécies de flora e centenas de árvores nativas e exóticas, habitat para inúmeras espécies animais e uma das bases para a educação ambiental e para o conhecimento da floresta portuguesa); contribuir para a valorização e proteção das florestas e da biodiversidade, promover a discussão sobre políticas públicas e conhecimento da bio economia; sensibilizar para a importância das florestas como fonte renovável de produtos naturais, recicláveis e biodegradáveis; introduzir o conceito de bio refinarias; e permitir a realização de experiências laboratoriais que despertem a curiosidade e o interesse pelo tema da floresta são outros dos objetivos que fazem parte do “Floresta do Saber”.
Em Portugal, o primeiro Centro UNESCO foi criado em 1989, no Porto. Atualmente, a rede portuguesa de Clubes UNESCO conta com 64 Clubes, de Norte a Sul do País.