Inquérito revela que portugueses estão mais preocupados com problemas ambientais
A Sociedade Ponto Verde promoveu um inquérito para perceber os comportamentos e as preocupações ambientais dos consumidores nacionais. Com este estudo, a SPV procurou conhecer os problemas ambientais que mais preocupam os portugueses, os comportamentos adotados para um ambiente melhor e, neste enquadramento, a sua posição face à reciclagem.
Eis as principais conclusões:
Comportamentos para um ambiente melhor
• Fazer reciclagem lidera destacadamente o ranking dos comportamentos que os indivíduos referem para contribuir para um ambiente melhor, sendo considerado como o comportamento principal por 2/3 dos inquiridos.
• Reduzir o consumo de plástico é um comportamento diferenciador entre gerações, sendo referido por 25% da geração Z (nascidos entre 1999 e 2005) e por apenas 8% da geração Baby Boomers (nascidos entre 1955 e 1962).
Reciclagem: momentos, drivers, barreiras e expetativas
• nove em cada 10 portugueses reciclam embalagens.
• Sendo a percentagem de portugueses que reciclam tão elevada, não será de estranhar que o perfil de quem recicla esteja muito em linha com a estrutura da própria população portuguesa: 51,2% do género feminino e 48,8% do género masculino.
• Os três principais drivers que levam os portugueses a separar embalagens são a forte consciência ambiental (79,1%), civismo (72,2%) e reaproveitamento dos resíduos em novos produtos (54,4%).
• Independentemente do segmento etário, de classe social ou género, a forte consciência ambiental é o driver que mais move os indivíduos a fazerem reciclagem.
• Em casa é o local onde é mais habitual os portugueses separarem embalagens para a reciclagem (95,5%), mas ainda assim mais de metade dos indivíduos já faz separação de embalagens fora de casa, com o trabalho/escola a liderar esse comportamento.
• Apenas 1 em cada 10 portugueses não reciclam embalagens.
• As duas principais barreiras que inibem os portugueses de separar embalagens são a falta de hábito (48,2%) e não terem um ecoponto perto de casa (42,8%).
• Falta de espaço e não acreditarem que os resíduos são efetivamente reciclados são também dois dos fatores mais referidos (27% e 26,3% respetivamente).
• A falta de hábito é uma barreira transversal a homens e mulheres, mas no caso dos homens, não ter um ecoponto perto de casa é um fator ainda mais apontado.
• Já para as mulheres a falta de espaço em casa tem significativamente maior impacto do que para os homens, embora não deixe de ocupar o segundo lugar do ranking, atrás da falta de hábito.
• Quando questionados sobre o que pode ser feito para que os portugueses reciclem mais, as respostas mostram que 67,2% das respostas referem incentivos aos cidadãos por fazerem separação de resíduos e 59,8% referem melhorias nos equipamentos de separação no exterior/pontos de recolha. Apenas 37,2% das respostas acreditam que a solução são penalizações para os cidadãos que não fazem separação de resíduos.
• Enquanto que para os mais novos os incentivos à separação de resíduos são apontados como um aspeto encorajador à prática de reciclagem, os mais velhos defendem uma melhoria dos equipamentos no exterior, algo que é também mais expressado pelos residentes no Litoral Norte.
Contributos para a proteção ambiental
• 89% dos inquiridos admitem estar mais preocupados hoje com os problemas ambientais do que há 10 anos.
• A separação de embalagens para reciclagem e a reutilização e reaproveitamento de tudo o que é possível são os comportamentos que na opinião dos portugueses mais podem contribuir para a proteção ambiental.
• Quanto à concretização das ações, levar o próprio saco quando se vai às compras é o comportamento mais referido pelos indivíduos para proteger o ambiente. Fazer reciclagem de embalagens surge em 2º lugar com um valor muito em linha com a reutilização e reaproveitamento de tudo o que é possível.
•À exceção do primeiro gesto, que remete claramente para uma questão de consciência ambiental, a concretização dos restantes pode estar fortemente suportada por uma lógica de economia familiar.
Problemas ambientais que preocupam os portugueses
• Num registo totalmente espontâneo, os portugueses identificaram três grandes problemas ambientais que os preocupam: poluição, proteção marinha e aquecimento global.
• As gerações Y e X têm perceções semelhantes e é nas gerações Z e Baby Boomers que se encontram algumas diferenças:
• Para a geração Z, o aquecimento global é o problema mais referido e é esta a geração que mais refere a desflorestação.
• No caso dos Baby Boomers, destacamos o elevado número de referências à poluição atmosférica, comparativamente às restantes gerações.
• Quando procurámos avaliar as preocupações sentidas perante uma série de problemas ambientais apresentados, concluímos que as preocupações sentidas por cada um dos portugueses, a nível pessoal, estão em linha com as perceções que estes têm quanto ao que preocupa o resto da sociedade: alterações climáticas, gestão da água como recurso e produção e reciclagem de resíduos.
• As alterações climáticas lideram o ranking de problemas ambientais, quer em termos de perceção individual quer social, sendo referidas por sete em cada 10 indivíduos.
RESUMINDO:
• Num registo totalmente espontâneo, os portugueses identificaram três grandes problemas ambientais que os preocupam: poluição, proteção marinha e aquecimento global, sendo a reciclagem de resíduos considerada por 2/3 dos portugueses como o maior contributo para um ambiente melhor.
• 89% dos portugueses admite estar mais preocupado hoje em dia com os problemas ambientais do que o que estava há 10 anos e consideram que os gestos que mais podem contribuir para a proteção ambiental são a separação de embalagens para reciclagem, reutilização e reaproveitamento de tudo o que é possível, redução do consumo de água, não utilização de produtos descartáveis e o levar o próprio saco quando se vai às compras.
• Nove em cada 10 portugueses afirma que recicla embalagens, sendo a forte consciência ambiental, o civismo e o reaproveitamento dos resíduos em novos produtos, os três principais drivers que justificam esta prática.
• Por oposição, um em cada 10 não recicla e aponta como principal barreira a falta de hábito e o não ter um ecoponto perto de casa.
• 67% dos portugueses acreditam que a oferta de incentivos aos cidadãos para fazerem separação de resíduos poderá incrementar este comportamento.
• Quando procurou avaliar as preocupações pessoais perante uma série de problemas ambientais apresentados, a SPV concluiu que as preocupações sentidas por cada um dos portugueses estão em linha com as perceções que estes têm quanto ao que preocupa o resto da sociedade: alterações climáticas, gestão da água como recurso e produção e reciclagem de resíduos.