Por: Francisco Silvestre de Oliveira, Presidente do Conselho de Administração da AR – Águas do Ribatejo, E.I.M., S.A.
As Entidades Gestoras, na sua atividade diária, deparam-se com inúmeros problemas e desafios. O setor enfrenta, também, diversos constrangimentos e é fundamental encontrar soluções para os problemas estruturais que condicionam o seu desenvolvimento. Acresce que, num contexto de alterações climáticas, o cenário é ainda mais complexo.
Para conseguirmos ter melhores resultados, precisamos de novas soluções. Precisamos de pensar “fora da caixa”. Precisamos de inovar.
Muitas vezes pensamos na inovação como sendo algo ligado à tecnologia. Mas a inovação é muito mais do que isso, e tem de fazer parte da cultura das nossas organizações, de forma transversal.
A AR-Águas do Ribatejo EIM é um exemplo disso. A criação desta empresa, que serve os Municípios de Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche, Salvaterra de Magos e Torres Novas, em 2007, assentou num modelo inovador, com a prestação dos serviços de abastecimento de água e saneamento, “em alta” e em baixa”, para este conjunto de municípios. Foi uma forma diferente de procurar resolver os problemas e desafios para estes serviços essenciais que, à data, eram sentidos pelos municípios. Passados quase 15 anos, não há dúvidas de que esta opção, apesar de diferente, foi a acertada.
Procuramos contribuir ativamente para a dinamização de uma cultura de inovação no setor. A AR-Águas do Ribatejo EIM integra a Comissão Especializada de Inovação (CEI) da APDA, cuja atividade tem procurado acrescentar valor ao nosso setor. Destaco, entre as iniciativas atualmente em curso, a elaboração de um “Livro Branco” sobre a Inovação no Setor da Água.
Este “Livro Branco” visa definir vias possíveis para o futuro do setor e qualquer pessoa ou entidade pode enviar o seu contributo. Temos pela frente um grande número de desafios, que vão desde a economia circular, a resiliência, as alterações climáticas, a digitalização e o modelo de governação.
E imprescindível garantir que não nos deixamos arrastar por tendências, mas que aproveitamos as oportunidades que estas representam.
A cooperação e articulação com a academia deve ser, também, uma prioridade. É essencial criar sinergias, procurar que a investigação e o desenvolvimento sejam catalisadores para o desenvolvimento do setor. Por essa razão, a AR é uma das três entidades nacionais envolvidas no projeto “AQUIFER – Instrumentos inovadores para a gestão integrada de águas subterrâneas num contexto de escassez crescente de recursos hídricos.”.
O AQUIFER é um exemplo de como os diversos atores podem e devem trabalhar em conjunto para encontrar soluções para os novos problemas, mas também para os pré-existentes.
Para termos resultados diferentes, temos de fazer as coisas de forma diferente: a inovação é o caminho para um futuro mais sustentável!
📸 Conselho de Administração da Águas do Ribatejo (Pedro Ferreira, Francisco Oliveira e Catarina Vale)
*Este artigo foi incluído na edição 97 da Ambiente Magazine