Carlos Rodrigues, administrador da Luságua, fala-nos sobre o projeto Resíduos Smart+ e as suas vantagens para as autarquias e consumidores.
Como e quando surge o projeto Resíduos Smart+?
O projeto surge como um plano de ação, no desenrolar normal de um processo estratégico de crescimento orgânico. Em termos comerciais e operacionais para ser uma referência na operação de sistemas ambientais, tínhamos de conquistar esta valência, desta forma fecharíamos a cadeia de valor de fornecimento de serviços– Água, Resíduos e Energia Inicialmente tivemos uma estratégia “agressiva” para conquistar quota de mercado, com um medido e controlado aumento de risco financeiro. Já sabíamos, no entanto, que quando conseguíssemos conquistar este espaço, a estratégia teria obrigatoriamente de passar pela introdução de inovação e novas tecnologias que permitissem alterar o paradigma vigente, e tradicional no setor dos resíduos. O mercado era muito fechado à entrada de novos players, sendo as operações muito concentradas em duas ou três empresas. Só existiam mesmo duas estratégias possíveis: aquisições estratégicas ou crescimento orgânico, conforme mencionado atrás nós seguimos a 2.ª via. Passado algum tempo fazia sentido alterar o paradigma, pois já tínhamos conquistado o nosso portfólio em termos nacionais e internacionais, e necessitávamos de “inovar” e dar um contributo para o setor.
A lógica seria ser reconhecido como um operador ambiental distinto (diferente de um operador de resíduos), sem que isso necessariamente resultasse em sermos o maior operador.
Quais os objetivos e missão deste projeto?
O sector necessita de inovação, pois a prestação de serviços desta índole envolve recursos humanos, logística e clientes, logo forçosamente temos de atuar nestes três pilares. A implementação de inovação e tecnologias ambientalmente sustentáveis para auxiliar a gestão destes serviços é o foco da Luságua.
Na área dos recursos humanos apostamos claramente na gestão contratual através de Engenharia de Especialidade, devidamente treinada para fazer “Gestão de Empresas”, gerindo o contrato como uma miniempresa, em termos de logística a aposta em soluções sustentáveis, com recurso à digitalização e otimização das operações, e por fim, mas não menos importante, os clientes. É pelos clientes que existimos e é por eles que trabalhamos todos os dias, e por isso o passo estratégico de implementar um call center centralizado que dará resposta a todos os pedidos, ocorrências e reclamações, independente do local onde se encontram.
Que mais-valias traz para as autarquias?
As operações de recolha e gestão de resíduos são dos serviços com maior visibilidade e impacto na vida dos munícipes, envolvendo um conjunto significativo de desafios ambientais e económicos. Os nossos clientes poderão usufruir das soluções inovadoras que a Luságua está a introduzir nas suas operações, o que permitirá às autarquias saber em tempo real qual a capacidade instalada de contentorização e acondicionamento de resíduos, a localização das equipas de recolha e das viaturas, validar a execução dos circuitos de recolha e limpeza, registar e validar tratamento de ocorrências, e auxiliará a fiscalização dos serviços de forma contínua.
Contribuirá ainda de forma efetiva para a melhoria no relacionamento com o consumidor final.
E que mais-valias traz para os consumidores?
A redução de impacto ambiental, económico e social neste tipo de intervenções é evidente. A digitalização da informação e o acesso em tempo real aos dados (horários de recolha, hora de passagem em cada arruamento) permitirá, também, uma maior proximidade com os consumidores.
Que resultados podem partilhar sobre este projeto a nível da sua implementação?
O processo de digitalização está a ser realizado com recurso a engenharia e produção nacional. Esta será mais uma vez a vantagem competitiva.
Caso os clientes não pretendam subcontratar totalmente o serviço de gestão de resíduos, teremos um formato muito discutido, investigado e utilizado na Engenharia de Prestação de Serviços – Servitization, ou seja, estaremos preparados para:
a. Estudar os circuitos e organização dos serviços existentes nos clientes;
b. Cadastrar e caracterizar a capacidade de acondicionamento dos resíduos
c. Sensorizar e digitalizar todos os processos operacionais e logísticos;
d. Otimizar os percursos à realidade territorial e à produção específica;
e. Leasing a Curto Prazo dos Sensores e Software de Controlo.
Temos uma subsidiária nossa que produziu e está a produzir os sensores de controlo à escala nacional.
Qual o objetivo para o futuro?
O objetivo no futuro será comercializar a Engenharia do Serviço em detrimento da Prestação de Serviços, com isso teremos sempre uma vantagem competitiva, pois somos proprietários da globalidade do processo de digitalização deste tipo de serviços: medição, monitorização e controlo de processo.