Entre os dias 18 e 20 de novembro, a Les Roches organizou o ShiftIn’ 2020. Este ano, devido às circunstâncias da pandemia da Covid-19, o evento realizou-se em formato digital e teve como foco central a inovação e a sustentabilidade e como estes conceitos podem apoiar para se alcançar uma cultura mais favorável face ao clima no ambiente empresarial.
À Ambiente Magazine, Joceline Noel Favre Bulle, diretora de operações da Les Roches disse que foi objetivo do evento “criar consciência”, “partilhar as melhores práticas”, “aprender com os especialistas”, “cocriar potenciais soluções para questões ambientais” e, ao mesmo tempo, “apoiar a comunidade local”. O evento assentou assim em três eixos: “engagement da indústria, desafios académicos e apoio à comunidade”. Com a mensagem – “vamos aprender, vamos partilhar e sermos mais fortes juntos – para criar um futuro mais sustentável para as gerações vindouras” – a responsável reforçou que o evento centrou-se em “soluções”, no sentido de “elogiar as conquistas” e “extrair” delas novos exemplos.
Relativamente à escolha do tema inovação e sustentabilidade, Joceline Noel Favre Bulle refere que está relacionada com a evolução do “Les Roches Environmental festival 2019” e, com o lançamento do “Les Roches Innovation hub” no mês passado: “Foi o momento perfeito para explorar a relação entre estes dois temas com mais profundidade”. Assim, sustentabilidade e inovação têm o mesmo “peso de importância” na estratégia da Les Roches e no núcleo do ADN da instituição.
Mais do que nunca, a sustentabilidade deve estar na agenda de todas as empresas ou negócios. No entanto, a diretora de operações da Les Roches quis chamar atenção para a diferença entre “colocar na agenda” e “implementar”, não restando dúvidas de que “implementar mudanças ambientalmente corretas pode ser desafiador”, especialmente para “empresas mais pequenas”, onde os “recursos são limitados”, mas em muitos casos, apenas uma mentalidade do tipo “posso fazer” é, cada vez mais, necessária. Para a responsável, as empresas que continuam a “praticar atividades insustentáveis”, como a “gestão ineficiente de energia” ou “sistemas de gestão de resíduos deficientes” vão acabar por “pagar mais contas” e ter “custos elevados de processamento”. Além disso, assistir-se-á à “imposição de novas de taxas” no que diz respeito ao carbono: “Pequenas mudanças podem ter grandes resultados, por exemplo, ao não usar luzes que consomem muita energia, gerir o aquecimento e reduzir as viagens de negócios, as empresas vão assistir um impacto positivo imediato”, refere. Outra evidência está no facto dos “edifícios inteligentes” serem um “contributo claro” para a “redução do uso de energia” e “economizar dinheiro” ao fazer com que também os “utilizadores mudem os seus hábitos”. Segundo um relatório do the American Council for an Energy Efficient Economy (ACEEE), estima-se que a “tecnologia inteligente pode reduzir o consumo médio anual de energia num escritório até 18% para sistemas de HVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado), 28% em equipamentos de trabalho e 33% em iluminação”, sustenta.
[blockquote style=”2″]A inovação é extremamente poderosa e pode acelerar muitos projetos ambientais[/blockquote]
Ainda, sobre o papel empresarial em matérias de sustentabilidade, Joceline Noel Favre Bulle lembrou o princípio “pense globalmente, aja localmente” para dizer que cabe às entidades individuais “ir além na implementação e expansão dessas mudanças e mentalidades”, pois as “mudanças estabelecidas pelos governos vão ser o mínimo do que precisamos fazer”. Neste âmbito, a Les Roches assinou uma parceria com a Oceanic Global, uma organização sem fins lucrativos, que se dedica não apenas a ajudar as empresas a reduzir o uso de plástico, mas também a “fornecer soluções” através dos seus fornecedores de confiança, para “atender às necessidades ambientais e económicas”. Para que a sustentabilidade seja realmente sustentável, a diretora de operações da Les Roches defende a necessidade de uma “gestão sustentável inteligente” e, ao mesmo tempo, “soluções economicamente sólidas”.
Mas, afinal como é que se conjuga inovação e sustentabilidade quando se prepara o futuro? Joceline Noel Favre Bulle considera que ambos os conceitos desempenham um “papel de suporte” um para o outro: “A inovação é extremamente poderosa e pode acelerar muitos projetos ambientais, como por exemplo, encontrar uma solução para um setor de aviação mais amigável para o clima”. Por outro lado, a inovação “quando não é monitorizada adequadamente” também pode “impedir o objetivo de alcançar um mundo mais sustentável”, bastando “olhar para a rotatividade de computadores (domésticos) e telefones móveis”, alerta. O certo é que: “Se quisermos atingir os objetivos globais de sustentabilidade a tempo, a inovação terá um papel fundamental!”, sustenta.