Infraestruturas são “parte essencial” no “desenvolvimento do território”, diz Matos Fernandes
O Grupo Águas de Portugal (AdP) revelou esta quarta-feira a sua estratégia para reforçar a capacidade de resposta à dinâmica associada às alterações climáticas, à descarbonização, à transformação digital e à economia circular nos próximos três anos. Num processo coletivo e participativo, envolvendo 3.300 trabalhadores de todas as suas empresas, o Quadro Estratégico de Compromisso da AdP foi construído a partir de 500 contributos que vêm dar respostas a 12 desafios nas áreas de governação, excelência de serviço e utilidade social.
O ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, que encerrou o webinar, sublinhou a importância da água enquanto bem essencial e o papel do grupo no setor: “As empresas que estão no terreno e que cumprem o serviço essencial ao bem-estar do país e da saúde pública são as que verdadeiramente contam”. Matos Fernandes não tem dúvidas quanto à importância de se criarem “condições” para que as “empresas aprendam uma com as outras” e, em simultâneo, “valorizar o papel de cada um delas”, respeitando aquilo que “são as suas vontades próprias e os seus projetos próprios”. E o Quadro Estratégico de Compromisso do grupo fixa uma “meta muito ambiciosa”, diz, destacando a “valorização” que é dada a cada uma das “unidades orgânicas da empresa”, considerando ser um “bom princípio”.
Relativamente às infraestruturas, o ministro é perentório: “É uma parte essencial naquilo que é o desenvolvimento do território e o consequente desenvolvimento regional”. Por isso, constata o responsável, “olhar o ciclo urbano da água não é e nunca será, num futuro mais próximo ou longínquo, tarefa menos nobre daquilo que foi no passado”.
[blockquote style=”2″]Eficiência da operação” é da maior relevância[/blockquote]
Se, no momento mais crítico da pandemia, as empresas souberam organizar-se de forma a que todos os serviços básicos nunca deixassem de funcionar, Matos Fernandes não quis deixar de parte um valor que é preciso ser reforçado, como a “eficiência” e até mesmo pelas “consequências que essa mesma eficiência” tem sobre a tarifas: “Infelizmente, em Portugal, são mais os casos em que o que se paga pela água é um valor inferior ao seu verdadeiro custo do que os casos opostos”. Assim, a “eficiência da operação” é da maior relevância: “Temos de tudo fazer para impedir o aumento das tarifas porque ninguém vai perceber”. E se a água é um bem essencial, “temos de ter tarifas justas”, reforça.
Mas “novos valores” se concretizam no Quadro Estratégico de Compromisso, afirma Matos Fernandes, destacando a necessidade de se “fazer diferente do passado”. E, para isso, a questão da “eficiência energética”, da “poupança de energia propriamente dita”, da “autoprodução de eletricidade” ou, até, de “gases renováveis” é um “campo de negócio excecional” para o Grupo AdP. Além disso, é da “maior relevância” que um grande consumidor de energia com é o caso da AdP seja “autosuficiente”.
O ministro do Ambiente sublinhou também os desafios, sobretudo a escassez de água, mais relevante no sul do país, destacando a “importância das atividades de sensibilização” para o “uso parcimonioso do recurso” e a “produção de água para reutilização” em atividades como a agricultura ou a limpeza urbana. “É tempo de olharmos para aquilo que fazemos”, alerta Matos Fernandes, reiterando para a necessidade de colocar as “infraestruturas ativas no território”, capazes de “fornecer informação” e fazendo com que “os consumers sejam mais prosumers”. E aqui, os “sistemas de informação são chave” e o “papel da inovação mais relevante é”, sustenta.
Relativamente aos investimentos pensados também para a resiliência e no combate às alterações climáticas, o ministro não tem dúvidas de que “temos de ir mais longe” naquilo que é a “qualidade operação”, no “desenvolvimento de negócios no tratamento de águas residuais”, mantendo sempre o “orgulho por sermos líderes no setor que tão importante é para o país e que não o deixará de ser nunca”.