Índice de Transição Verde: Portugal mantém-se no top 10 europeu na categoria de energia, mas com piores resultados nos resíduos
A Oliver Wyman apresentou esta quarta-feira, num webinar, o seu Índice de Transição Verde, que avalia o desempenho ambiental de 29 países europeus em sete categorias: Economia, Natureza, Energia, Resíduos, Transportes, Edifícios e Indústria Transformadora.
Este índice, que mede o progresso dos países rumo a uma economia mais sustentável, dá conta que Portugal subiu três posições desde a última avaliação (em 2022), ficando agora na 15.ª posição no ranking geral, ultrapassando a Espanha e passando a estar, pela primeira vez, acima da média europeia.
Este melhor desempenho do nosso país reflete as melhorias em três principais categorias – Economia, Natureza e Edifícios – mas mesmo assim há muito trabalho a fazer para alcançar os países líderes do ranking como Áustria, Dinamarca e Suécia. De qualquer forma, Portugal mantém-se longe das piores performances como Bulgária, Chipre, Grécia, Polónia, Malta e Hungria.
Economia
Nesta categoria, Portugal agora ocupa a 13.ª posição, subindo dois níveis desde o último índice. Isto deve-se à melhoria das emissões de gases com efeito de estufa e à diminuição da intensidade dos mesmos.
Todavia, há um indicador em que registamos um desempenho inferior em relação à edição anterior, que é a diminuição da proporção de I&D (Investigação e Desenvolvimento) com objetivos ambientais.
Natureza
Esta foi a categoria em que Portugal mais se destacou, com a subida de 11 lugares, ficando agora na 14.ª posição. Isto deve-se à forte aposta na agricultura e produção biológica, que praticamente triplicou.
Mesmo assim, no indicador de Exploração de Água, o setor agrícola português continua a consumir níveis de água muito superiores ao da restante Europa, ficando assim em 25.º lugar.
Indústria Transformadora
Esta foi uma das categorias onde Portugal recuou no ranking europeu, ocupando a 21.ª posição, uma descida de três lugares face a 2022. Apesar de um melhor desempenho em alguns indicadores, como a redução da intensidade das emissões e o consumo de energia, este revelou-se insuficiente.
Mas nem tudo são más notícias, pois Portugal revelou um desempenho positivo na gestão de resíduos perigosos, que o colocam, neste indicador, acima da média europeia, apesar de longe da performance dos melhores países do índice.
Energia
Apesar de Portugal ter caído quatro lugares no ranking, continua a ocupar o top 10 europeu nesta categoria, ficando assim em 9.º lugar. Este destaque deve-se à forte utilização de energias renováveis e biocombustíveis, bastante acima da média.
Porém, o nosso país continua longe do país líder no indicador de baterias, que é o Luxemburgo. Espera-se que a recente disponibilização do Fundo Ambiental de 10 milhões de euros do PRR para projetos relacionados com baterias (em 2024) se possa refletir no próximo Índice de Transição Verde.
Transporte
Nesta categoria, os resultados não são tão positivos, pois o desempenho português continua abaixo da média da Europa, apesar do aumento da percentagem de automóveis com baixas emissões.
Portugal tem feito uma forte aposta nos carros elétricos e nos pontos de recarga ao longo do país, mas a Oliver Wyman explica que estes investimentos vão demorar a surtir efeito no índice, esperando-se que no próximo já se possam verificar algumas diferenças e melhorias.
No indicador de utilização de transportes públicos, Portugal também se mantém na cauda do ranking europeu, verificando uma forte necessidade de melhorar a qualidade das estradas e de aumentar o investimento em infraestruturas.
Edifícios
Portugal lidera esta categoria, destacando-se essencialmente na utilização de energias renováveis no aquecimento doméstico na eficiência elétrica das casas.
Mesmo assim, o país fica na 19.ª posição no que diz respeito ao número de projetos de edifícios construídos com certificação ambiental sustentável.
Resíduos
A avaliação portuguesa fecha com um dado negativo. Na categoria de Resíduos, o país mantém-se na cauda do ranking, tendo mesmo descido de posição face ao último índice.
Agora em 28.º lugar (penúltimo), Portugal revela resultados inferiores em todos os indicadores, principalmente nos resíduos depositados em aterro.