O grupo INDAQUA acaba de ganhar mais um contrato de eficiência hídrica por performance, modelo contratual inovador no setor da água em Portugal que prevê uma remuneração proveniente das poupanças geradas para o cliente, com base na efetiva eficiência conseguida na redução de perdas de água.
O contrato, celebrado entre as Águas de Gaia e a INDAQUA, em consórcio com a SUEZ, terá a duração de 5 anos e prevê a implementação de medidas conducentes à redução da Água Não Faturada (ANF) para menos de 20% e das perdas para valores da ordem dos 10% e com previsão de ganhos líquidos acumulados para as Águas de Gaia superiores a 2 milhões de euros.
“O nosso know-how e excelência na redução de perdas de água, cujo desempenho se situa, em todas as nossas concessões, ao nível dos melhores do mundo – e área em que a Miya, nosso acionista, é uma referência global – permitem-nos oferecer a todas as entidades gestoras este tipo de serviço, num setor em que o país apresenta resultados muito aquém dos esperados”, afirma Enrique Castiblanques, CEO do grupo INDAQUA.
A este junta-se o expertise da SUEZ, um grupo de referência global em produtos e serviços para a gestão da água, atuando no âmbito municipal, bem como nos setores industrial e agrícola. Líder em soluções tecnológicas que permitem otimizar a pegada hídrica, através de inovação, economia circular, promoção do diálogo e da colaboração, a SUEZ reforça assim o seu contributo para o desenvolvimento sustentável nas comunidades onde está presente.
Este novo modelo de contrato, que se junta aos anteriormente celebrados pela INDAQUA com o município da Maia e com a ADRA (municípios da região de Aveiro), irá contribuir para a estratégia das Águas de Gaia nesta matéria. Os ganhos em eficiência na gestão das redes traduzem-se em vantagens imediatas para a Entidade Gestora ao nível da sustentabilidade financeira e ambiental, mas também para os consumidores, ao nível da qualidade da água fornecida e na fiabilidade do serviço.
Com esta abordagem contratual, que se traduz numa verdadeira parceria, outros municípios podem atingir igualmente níveis de eficiência significativos, superiores à média nacional, reduzindo drasticamente as suas perdas de água e diminuindo os custos associados, como um meio para alcançar a sustentabilidade do serviço prestado.
De salientar que as perdas de água continuam a ser a principal fonte de ineficácia das entidades gestoras de redes de abastecimento de água no serviço público, facto com implicações muito negativas na eficiência e na qualidade do serviço prestado aos utilizadores. “Por este motivo, acreditamos que venham a surgir mais concursos públicos que promovam este modelo contratual”, sublinha o mesmo responsável.
No serviço adjudicado pelas Águas de Gaia, para além do estudo e implementação de trabalhos de engenharia para redução de ANF, está prevista a construção dos elementos inerentes ao zonamento de redes, controlo de pressões, substituição de contadores e demais trabalhos de engenharia, pesquisa e monitorização.
A este propósito é relevante recordar que em 2018 a média nacional das perdas de água manteve-se próxima dos 30%, pelo oitavo ano consecutivo, enquanto que nas concessões da INDAQUA foi possível contrariar esta tendência, atingindo-se níveis e perdas abaixo dos 20%, pelo quinto ano consecutivo, que chegaram aos 14% em 2018, isto é, menos de metade da média nacional. Isto significa que, se o país tivesse o mesmo nível de desempenho (perdas globais da ordem dos 15%) não teriam sido perdidos, só nesse ano, 123 milhões de m3 de água e haveria um ganho económico global (correspondente à redução de perdas reais e perdas comerciais) na ordem de 150 milhões de euros por ano – o suficiente para construir cerca de 2.000 km de rede.