A capacidade de resposta do Estado e dos portugueses após os dois grandes incêndios em 2017 foi enaltecida hoje, na Pampilhosa da Serra, pelo secretário de Estado da Valorização do Interior, avança a Lusa.
“Todos eles responderam de uma forma pronta”, disse João Paulo Catarino, ao realçar que, no conjunto dos 19 municípios da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, da qual Pampilhosa da Serra faz parte, “tem mais emprego” atualmente do que em 2016, ano anterior ao das tragédias.
Os incêndios que eclodiram em Pedrógão Grande e na Lousã, distritos de Leiria e Coimbra, nos dias 17 de junho e 15 de outubro de 2017, respetivamente, devastaram extensas áreas de floresta e mataram milhares de animais domésticos e selvagens.
Entre a população, o fogo de junho originou 66 mortos e mais de 250 feridos, enquanto no de outubro perderam a vida 50 pessoas e cerca de 70 ficaram feridas.
Em menos de dois anos, na sequência dos incêndios, o Governo aplicou 275 milhões de euros nestes concelhos da CIM da Região de Coimbra, a maioria dos quais afetados pelos fogos, o que traduz “mais de 500 milhões de euros de investimento total”, salientou João Paulo Catarino.
Antigo presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, o governante intervinha nos Paços do Concelho da Pampilhosa da Serra, nas celebrações do Dia do Município.
“Portugal deu um grande exemplo de um país resiliente e solidário”, afirmou, realçando o trabalho de diferentes organismos da Administração Central, autarquias, empresas e populações, incluindo as vítimas diretas dos incêndios.
Neste contexto, frisou que foi possível repor uma parte significativa da recuperação da atividade económica em diferentes setores, infraestruturas públicas e habitações em “apenas um ano e pouco”.
Reconhecendo que o Estado, ao longo de décadas, “não tem sido grande exemplo na gestão das áreas públicas”, João Paulo Catarino salientou que o município de Pampilhosa da Serra, a cujo executivo preside José Brito, do PSD, dispõe de 7.000 hectares de terrenos de uso comunitário e público, o que exige o envolvimento das populações para um melhor aproveitamento destes recursos naturais, com vista à criação de riqueza e emprego.
“O turismo é, claramente o grande motor do desenvolvimento” do interior, acrescentou, para lembrar que Portugal “não é competitivo como país de sol e de praia”, a nível internacional, sendo necessário apostar mais na natureza, na paisagem e na gastronomia, longe do litoral e dos grandes centros urbanos.
Também o autarca José Brito lembrou que a valorização do interior “é determinante para o desenvolvimento do país, que terá de inverter a litoralização e potenciar” todo o território nacional.
“Manteremos o firme desígnio de captar investimento para criação de riqueza e emprego, projetando Pampilhosa da Serra num futuro sustentável onde seja possível inovar, viver com qualidade e ancorar projetos de vida”, preconizou.
Entre outras iniciativas, o programa do feriado municipal incluiu uma homenagem póstuma ao padre e artista plástico do concelho Augusto Nunes Pereira, natural do lugar da Mata, atual freguesia de Fajão e Vidual, representado na cerimónia pelo reitor do Seminário Maior de Coimbra, Nuno Santos, e a inauguração da área de serviço de autocaravanas da Pampilhosa da Serra.