Incêndios: GIPS operacionais depois de garantidas condições de segurança
O Comandante-Geral da GNR disse hoje que os novos elementos do Grupo de Intervenção Proteção e Socorro (GIPS) só vão estar operacionais quando estiverem garantidas as condições de segurança necessárias, com os equipamentos e viaturas.
“Quero afirmar o compromisso da Guarda no que respeita ao reforço dos GIPS e do SEPNA [Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente] com 500 e 100 militares, que será uma realidade a partir do dia 15 de maio, sendo que o seu empenho operacional só se efetivará assim que garantidas as condições de segurança necessárias, com equipamentos e viaturas que se encontram em processo de aquisição”, disse o tenente-general Manuel Mateus Couto.
O Comandante-geral da Guarda Nacional Republicana discursava na cerimónia militar que assinalou o 107.º aniversário da corporação, que decorreu em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, e foi presidida pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
Os 500 novos elementos do GIPS terminam a formação a 15 de maio, mas não têm os meios necessários básicos, como luvas, fatos, telemóveis, carros ou computadores para trabalhar no combate aos incêndios, “nem sequer condições de descanso em todos os centros de meios aéreos onde vão ficar sediados”, segundo refere o comandante daquele grupo da GNR num email interno a que o Público teve acesso.
O ministro da Administração Interna, que no final da cerimónia não prestou declarações aos jornalistas, optou por destacar no seu discurso o reforço de efetivos nos GIPS, que vão passar a operar em todo o continente e Madeira.
“A GNR adotou como prioridade alargar de 11 distritos a todo o território continental e à Região Autónoma da Madeira a ação dos GIPS, tal determina uma duplicação daquilo que é a totalidade dos efetivos incluídos. Estamos a falar de mais de 1000 homens e mulheres que a partir da próxima semana estarão ao serviço do país em todo o território nacional”, disse o governante.
Eduardo Cabrita adiantou que os GIPS vão estar, pela primeira vez, disponíveis para o ataque ampliado a partir de estruturas que serão colocados em Mirandela, Viseu, Aveiro e Loulé.
Para tal, sustentou, vão “dispor de cerca de uma centena de viaturas destinadas especificamente a esta tarefa, bem como dos equipamentos que a estrutura da GNR tem vindo desde já a acomodar no quadro da sua programação de ação”.
No discurso, o comandante-geral daquela força de segurança defendeu ainda a necessidade de serem aprovadas a lei orgânica da GNR, o estatuto remuneratório e o regulamento da avaliação de mérito.
“Mais de um ano depois da aprovação do estatuto dos militares da GNR, diploma estruturante para a definição das carreiras, mantemos a legitima expectativa de vermos atualizado o estatuto remuneratório e o regulamento da avaliação de mérito, os quais pretendem refletir a valorização do militar da Guarda, bem como a aspiração de ver aprovada a lei orgânica da GNR, que constituirá o culminará de um processo que tem sido levado a cabo nos últimos anos”, afirmou. A lei orgânica da GNR está prometida desde o Governo de coligação PSD/CDS-PP.