Incêndios florestais e erosão costeira são sinais de alarme
As florestas e o eterno problema dos incêndios, a erosão costeira, com 180 quilómetros do litoral são alguns dos aspetos divulgados em “situação crítica”, refere o Diário de Notícias. Os dados são do Relatório do Estado do Ambiente (REA) 2016, que traça o retrato ambiental do país, com os seus avanços e recuos, e que é hoje apresentado pelo ministro do Ambiente João Pedro Matos Fernandes.
Dividido por áreas – Economia e Ambiente, Energia e Clima, Transportes, Ar, Água, Solo e Biodiversidade, Resíduos e Riscos Ambientais – o REA 2016 contabiliza os indicadores e faz o balanço ambiental, com os pontos fortes e fracos, e as principais tendências.
Na energia, por exemplo, os dados mostram que, apesar de as renováveis terem representado 51,7% da produção de eletricidade em 2015, no mesmo ano a importação energética aumentou 19,4%, face a 2014, e a dependência energética do exterior cresceu para 78,3%. O setor dos transportes, que representou em 2015 um total de 36,5% do consumo total da energia primária, com uma fatia de emissões de gases com efeito de estufa de 23% no bolo global de emissões do país, foi um dos responsáveis por essa faceta negativa.
Mas esta não é a única tendência menos risonha que sobressai no relatório. A fraca qualidade de mais de metade das massas de águas superficiais no país, a taxa de reciclagem dos resíduos urbanos ainda longe das metas estabelecidas pela União Europeia (UE) para 2020, ou o aumento dos dias com qualidade do ar inferior a “bom” em grandes centros urbanos revelam problemas que continuam por resolver.
Para a associação ambientalista ZERO são, justamente, estas questões relativas à energia, transportes, resíduos, qualidade das águas superficiais ou do ar que merecem a apreciação mais preocupada. “Continua a tendência de crescimento da importação de energia e a nossa dependência energética aumentou, com a diminuição da produção energética em 10,1% no mesmo período”, refere a vice-presidente da ZERO, Carla Graça, sublinhando que “a economia mantém uma grande intensidade energética, o que significa que gastamos muita energia em relação à nossa produtividade”.