Se acredita que mais meios de combate e melhor prevenção vão ser suficientes para controlar a praga dos incêndios florestais em Portugal, não vai gostar de ouvir o que estes cientistas têm a dizer. No futuro, a área ardida em toda a Península Ibérica poderá duplicar ou triplicar em relação ao que é hoje. E isto por duas razões inescapáveis: o mundo estará mais quente e a meteorologia é quem manda nos fogos, avança o Público. Uma nova estatística sobre o impacto das alterações climáticas nos incêndios ibéricos é o resultado de um estudo de investigadores portugueses e espanhóis, recentemente publicado na revista Agricultural and Forest Meteorology. Usando diferentes modelos de simulação climática, os cientistas testaram novas metodologias para antecipar como podem vir a ser os verões, em termos de temperaturas, chuva e fogos. No Noroeste da península, que abrange cerca de um quarto de Portugal, e onde está concentrada uma parte importante dos incêndios, os termómetros poderão subir até dois a três graus Celcius até 2075, em Julho e Agosto. Na prática, a temperatura média ao meio-dia poderá aumentar dos 24,9 graus Celcius registados entre 1980 e 2005 para os 27,9 graus Celcius dentro de seis décadas, segundo um dos modelos.
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