#Incêndios: “Contexto meteorológico exige especiais cuidados da população face a comportamentos de risco”
Com a época de elevado risco de incêndios a aproximar-se a passos largos, Portugal volta a estar alerta para os perigos nas zonas rurais e florestais. A Ambiente Magazine está a auscultar vários especialistas da área para perceber o que está a ser feito neste âmbito e como se encontra o nosso país para dar resposta a este desafio.
Enquanto “fenómenos naturais frequentes nas regiões mediterrânicas” os incêndios dependem de um conjunto vasto de fatores que influenciam a sua ocorrência e propagação, sendo a “prevenção” e a “gestão florestal ativa” fundamentais para se enfrentar uma época de incêndios. Quem o diz é João Paulo Catarino, secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, que citando os dados da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, constata a existência, nos últimos anos, de “um maior equilíbrio entre o investimento em prevenção face ao investimento em combate”, verificando-se também que o “investimento global nestas duas rubricas tem vindo a subir de forma sustentada desde 2017”.
Na campanha, que se iniciou em outubro de 2022 e se estendeu até maio deste ano, o secretário de Estado dá nota do “vasto conjunto de ações de prevenção estrutural” que foram levadas a cabo, como
Também, no âmbito das competências do ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, este organismo assegura 18 % dos efetivos do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais para 2023, sob a coordenação da ANEPC – Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, encontrando-se afetos à gestão de fogos rurais em 2023: “2.946 pessoas, dos quais 2.141 sapadores florestais; cerca de 640 viaturas envolvidas; 60 máquinas pesadas”, indica.
“Ainda é incerto de que modo as condições meteorológicas irão evoluir”
Apesar da ação e dos esforços, João Paulo Catarino atenta nos dados do IPMA -Instituto Português do Mar e da Atmosfera, que dão nota de uma situação de seca severa ou extrema em 36 % do território, em particular em áreas do Tejo, no Alentejo e Algarve: “Este contexto meteorológico exige naturalmente especiais cuidados da população face a comportamentos de risco”.
É precisamente este “contexto meteorológico de seca severa ou extrema” que justifica o facto de o primeiro incêndio ter ocorrido logo no início de abril, refere o responsável, relembrando que o mês de abril foi o “quarto mais quente em 92 anos”, tendo sido registada nesse mês a temperatura máxima do ar mais alta desde 1931: “No total de incêndios verificados este ano, 70% atingiram matos (66%) e áreas agrícolas (4%)”, segundo os dados do IPMA.
Num contexto exigente em termos meteorológicos e climáticos, João Paulo Catarino reitera para a necessidade de se “evitar a todo custo” os