Impacto das alterações climáticas fora da agenda das PME portuguesas
O impacto das alterações climáticas não faz parte das preocupações da maioria dos empresários nacionais segundo um estudo da Zurich, que revela que 27% das Pequenas e Médias Empresas (PME) pensam que o impacto das alterações do clima seriam nulas para o negócio.
“Estes indicadores confirmam que grande parte dos empresários portugueses ainda está pouco sensível à questão das alterações climáticas e, sobretudo, aos efeitos no seu negócio. Este estudo irá contribuir para sensibilizar as empresas para esta temática e para a importância de incorporar este tema na gestão de risco dos negócios, tanto mais que estes fenómenos são cada vez mais imprevisíveis”, sublinha Artur Lucas, diretor de marketing e comunicação da empresa em Portugal.
As alterações climáticas já são uma realidade com as temperaturas a aumentar, os padrões da precipitação a mudar e o nível médio das águas do mar a subir. Os impactos são diferentes consoante as regiões, mas a Agência Europeia do Ambiente identifica o sul da Europa e a Bacia do Mediterrâneo como as áreas europeias mais vulneráveis às mudanças climáticas.
No entanto, para as empresas portuguesas que estão preocupadas com esta temática, 29% admite que os furacões, ventos fortes e tornados centram a maioria das atenções. A seca e o calor são apontados por 17% das PME como o segundo evento climático com maior impacto para o negócio.
Portugal é o único país a identificar os furacões, ventos fortes e tornados como primeira preocupação. Entre os oito países auscultados, as inundações são o evento natural que recolhe maior preocupação entre os empresários internacionais, já que estas são apontadas em primeiro lugar pelas PME espanholas, austríacas e alemãs.
Os danos materiais são os mais temidos pelas empresas portuguesas, já que 39,5% aponta este fator como o mais preocupante ao nível do impacto dos eventos naturais na empresa. A interrupção do negócio é o segundo aspeto mais focado (22%) e os custos mais elevados em energia/água o terceiro (20,5%).
Os danos materiais são também o impacto mais temido ao nível internacional, apontados em primeiro lugar pelos empresários alemães, irlandeses, espanhóis, suíços e turcos. Só os austríacos e os italianos se revelam mais preocupados com a interrupção no negócio.
O estudo “Zurich PME: Riscos e Oportunidades” foi conduzido pela GFK junto de pequenas e médias empresas em oito países (Portugal, Áustria, Alemanha, Irlanda, Itália, Espanha, Suíça e Turquia). Em Portugal foram ouvidas 200 empresas, através da realização de entrevistas telefónicas a CEO, diretores-gerais, diretores financeiros e diretores de operações.