O mês de maio foi o sétimo mais quente desde 1931 e o quarto desde 2000, com temperaturas mais de 2º C acima da média e uma onda de calor, adiantou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), referindo que a baixa precipitação agravou a seca.
De acordo a Agência Lusa, o resumo climatológico para o mês de maio de 2019, publicado pelo IPMA, diz que o “valor médio da temperatura média do ar, 18.11º C, foi superior ao normal com um desvio de +2.38º C. O valor médio da temperatura máxima do ar, 25.09º C foi muito superior ao valor normal +4.13º C, sendo o 2.º valor mais alto desde 1931 (mais alto em 2015)”.
Quanto a temperaturas mínimas, o IPMA refere que o valor médio do mês foi de 11.12º C, o que representa valores 0.62º C superiores ao normal. “Valores da temperatura mínima superiores aos agora registados ocorreram em cerca de 35% dos anos, desde 1931″, acrescenta o IPMA.
Segundo o instituto, em maio “os valores de temperatura do ar foram quase sempre superiores ao valor normal entre 1971-2000″ e entre 11 e 15 de maio registou-se um “período excecionalmente quente, com valores médios da temperatura do ar superiores a 30º C entre os dias 12 e 14, representando um desvio em relação aos valores padrão superior a 10º C. “Neste período, registaram-se dias quentes (temperatura máxima = 30º C) em cerca de 2/3 das estações; no dia 13 ocorreram dias muito quentes (temperatura máxima = 35º C) em cerca de 20 % das estações”, precisa o IPMA.
Entre 21 e 31 de maio os valores da temperatura do ar também estiveram sempre acima do normal “sendo de salientar os últimos três dias do mês em que o valor médio da temperatura máxima do ar, em Portugal continental, foi novamente superior a 30º C”.
Nos dias 30 e 31 de maio “foram ultrapassados os anteriores maiores valores da temperatura máxima do ar nas estações meteorológicas do litoral, nomeadamente em Viana do Castelo, Cabo Raso, Setúbal, Sines”, precisa o resumo climatológico.
O IPMA especifica ainda que o mês de maio registou uma onda de calor, “com início a 22 de maio e que se prolongou até aos primeiros dias de junho a qual abrangeu quase todo o território”. Em termos de precipitação, choveu apenas cerca de 20% dos valores normais para a época. “O valor médio da quantidade de precipitação em maio, 13.3 mm, corresponde a apenas 19 % do valor normal mensal. Foi o 6.º mês de maio mais seco desde 1931 (mais seco em 1991) e o 3.º mais seco desde 2000, depois de 2006 e 2003.
No final do mês verificou-se, em relação ao final de abril, uma diminuição significativa dos valores de percentagem de água no solo em todo o território, sendo de destacar as regiões do interior Norte e Centro, a região de Vale do Tejo, o Alentejo e o Algarve com valores inferiores a 20% e, em alguns locais, muito próximos do ponto de emurchecimento permanente”, lê-se no relatório. Segundo o IPMA, “verificou-se no final de maio um aumento da área em seca meteorológica e da sua intensidade, sendo de realçar a região Sul nas classes de seca severa a extrema”.
“Assim, no final de maio, a distribuição percentual do índice de seca no território é a seguinte: 2.5 % na classe de seca extrema, 27.9 % na classe de seca severa, 22.4 % na classe de seca moderada, 46.1 % na classe de seca fraca e 1.8 % na classe normal”, precisa o instituto.