A Direção-Regional de Conservação da Natureza e Florestas do Centro, a equipa do lince-ibérico do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), e os presidentes das Câmaras Municipais de Penamacor e do Sabugal reuniram-se, no dia 17 de maio, para delinear um caminho de regresso do lince-ibérico à Serra da Malcata.
Este território constitui uma das áreas de ocorrência histórica de lince em Portugal que, como tal, foi incluída nas áreas potenciais de reintrodução no âmbito do projeto LIFE Iberlince, não tendo sido escolhida pelo facto de à data da realização dos censos (2012 e 2013) praticamente não possuir coelho-bravo, uma parte essencial para a alimentação desta espécie.
Desde então, as duas autarquias, conjuntamente com outras entidades, têm vindo a promover iniciativas visando repor densidades de coelho-bravo compatíveis com as necessidades do lince-ibérico, não apenas de subsistência, mas que possibilitem o estabelecimento de fêmeas territoriais reprodutoras e, ao mesmo tempo, a sustentabilidade alimentar de outras espécies relevantes, entre as quais se destacam várias aves de rapina.
Preparando uma futura reintrodução no campo, serão construídos dois cercados, de forma a poderem acolher alguns linces provenientes dos centros de reprodução.
Esta reintrodução será complementada a médio prazo pela natural expansão da espécie, a partir dos territórios de origem, à medida que as áreas iniciais de reintrodução, quer em Portugal – Vale do Guadiana – quer em Espanha – Andaluzia, Castilla-La Mancha e Extremadura – fiquem saturadas com os jovens linces que todos os anos nascem em liberdade.
Para se considerar uma população selvagem de linces, além do coelho-bravo, outros fatores biofísicos e sociais da Serra da Malcata serão avaliados e, se necessário, melhorados através de uma gestão ativa.
População de linces-ibéricos superou os dois mil exemplares em 2023