ICNF anuncia investimento de mais de 500 mil euros na Mata do Ramiscal e na Mata do Mezio
Através de uma operação de reprogramação de uma candidatura financiada pelo POSEUR, o ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas) irá investir 534.600€ na Mata do Ramiscal e na Mata do Mezio. De acordo com o ICNF, o investimento vai centrar-se em “ações de plantação de espécies autóctones, gestão de combustíveis, proteção das áreas plantadas, aproveitamento da regeneração natural, plantação de bosquetes e reprodução em Viveiro Florestal de espécies autóctones com incidência no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG)”.
Com este investimento, pretende-se dar “continuidade às intervenções” já realizadas pelo ICNF e “promover a reprodução ex-situ de espécies da flora vascular endémica do PNPG” de forma a “operacionalizar as indicações de gestão destas espécies prescritas na Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal Continental e a melhorar o estado de conservação de Habitats Naturais”, pode ler-se no comunicado do ICNF. De entre as espécies que se pretendem reproduzir em viveiro, no âmbito do presente projeto, conta-se o Azevinho (Ilex aquifolium), a Sorveira Branca (Sorbus aria) e as populações endémicas do Gerês de Pinheiro Silvestre (Pinus sylvestris).
As linhas mestras deste projeto vão assentar no “restauro da área florestal ardida” com utilização essencialmente de “espécies autóctones” para constituição de uma “floresta natural e mista”, onde predominarão as “espécies folhosas autóctones”. Além disso, acrescenta o ICNF, ter-se-á especial atenção à “renaturalização de zonas florestais degradadas” e à “proteção e salvaguarda das plantações e da regeneração natural”, com recurso a “vedações” promovendo um “melhor ordenamento do pastoreio”.
A recuperação dos habitats naturais, de modo a acelerar o seu restabelecimento e preparação do terreno para futuras plantações em bosquetes, conjugada com a proteção e salvaguarda destes habitats é essencial para que a reprodução em viveiro (ex-situ) de espécies que pela sua raridade, elevado risco de extinção, relevância ecológica e conservacionista justifiquem tal opção, possa ter sucesso.
Trata-se assim de mais um investimento estruturante para o Parque Nacional da Peneda-Gerês e que se enquadra nos vários projetos que se têm vindo a desenvolver neste território ao longo dos últimos anos. O ICNF reforça que só através deste esforço continuado e sistemático é que se assegura a sustentabilidade dos extraordinários sistemas naturais do nosso único Parque Nacional.