Homenagem de Famalicão ao têxtil faz-se com reaproveitamento de resíduos do setor
A instalação artística urbana que está a nascer no espaço público central de Vila Nova de Famalicão e que será inaugurada este domingo, 9 de julho, Dia da Cidade, tem o selo da sustentabilidade ambiental da Riopele.
Da têxtil famalicense saíram quase três toneladas de resíduos geradas no processo de tecelagem, que foram depois selecionadas e reutilizadas na construção do “Fio Condutor”, concebido pela artista plástica Madalena Martins para homenagear a identidade do concelho famalicense, nomeadamente, a sua história dedicada ao universo têxtil.
O presidente da Riopele, José Alexandre Oliveira, explica que as “ourelas falsas consistem em resíduos gerados no processo de tecelagem, compostos por matérias-primas diversificadas presentes nas coleções de tecidos” da empresa, que “tem implementado um programa para se tornar operacionalmente neutra em carbono até 2027. Parte destes materiais foram submetidos a um processo de tingimento de baixo impacto ambiental na nossa tinturaria”.
Este “Fio Condutor” do passado, presente e futuro de Famalicão, muito concretamente do universo têxtil da cidade, vai permanecer no centro urbano de Famalicão até outubro.
O fio têxtil é, assim, o elemento plástico que constrói a narrativa, que terá o seu início nos jardins dos Paços do Concelho, desenvolvendo-se pela Rua Adriano Pinto Basto até à Praça D. Maria II, nomeadamente até à estátua da rainha D. Maria II, fundadora do concelho.
“Fios brancos partem das árvores do Jardim Municipal, como se cada tronco fosse o suporte de um novelo, estável e enraizado na terra. A partir dali os fios encontram-se, cruzam-se e criam uma teia. Ancorados em pontos que a rua nos oferece, moldam-se à sua arquitetura, criando assim um desenho irregular, mas coeso, leve mas seguro pela força da sua pluralidade. Esta trama estrutural, que a dada altura se tinge com uma cor vibrante e quente, sustenta um novo fio, que rompe o percurso de forma livre e criativa, carregado de luz e energia própria. Avança no mesmo sentido, mas com a curiosidade própria de quem procura novos caminhos. Ao longo da sua rota, este fio entrelaça-se em edifícios históricos, penetra em casas, mergulha pelas copas das árvores e avança, até abraçar a escultura da Dona Maria II, figura histórica que também ela impulsionou a cidade e a fez progredir. E é nas suas mãos que a teia de fios termina, a tricotar uma nova peça, feita de história, tradição e descoberta”, explica a autora da obra.