Híbridos ‘plug-in’ têm emissões superiores às apresentadas pelas marcas
Um estudo realizado pela Federação Europeia de Transportes e Ambiente demonstrou que os automóveis híbridos ‘plug-in’ produzem mais emissões do que aquelas que os fabricantes prometem.
Num comunicado enviado à imprensa, a Associação ZERO, que faz parte desta organização europeia, considera que este tipo de automóvel está longe de ser “uma alternativa ambientalmente aceitável aos carros 100% a combustão”.
No estudo recentemente divulgado, foram analisados três modelos de veículos híbridos ‘plug-in’, considerando as emissões dos automóveis em diferentes situações de condução e os respetivos custos de aquisição, utilização e manutenção, comparativamente com o equivalente 100% elétrico mais próximo.
De acordo com os dados analisados, a autonomia em modo elétrico dos três modelos analisados tende a ser inferior ao anunciado pelas marcas. Este critério tem em conta o facto de os automóveis híbridos ‘plug-in’ atuarem em modo elétrico em baixas velocidades.
Outro critério para o funcionamento do modo elétrico são as distâncias curtas. O estudo em causa verificou que os veículos produziram mais emissões que as estipuladas pelos fabricantes, mesmo “com a bateria totalmente carregada e conduzindo no modo pré-selecionado”, detalha a Zero.
A associação afirma que os modelos analisados “emitem 5-7 vezes mais que os valores oficiais caso tenham a bateria descarregada”.
Em Portugal, o Estado beneficia os compradores de híbridos ‘plug-in’ com um desconto de 75% no Imposto sobre Veículos, caso os veículos tenham uma autonomia mínima de 50 km em modo elétrico e emissões inferiores a 50 gCO2/km.
Contudo, as conclusões do estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente mostram que este tipo de automóvel, nomeadamente os modelos analisados, não cumprem os critérios exigidos pelo Estado português.
A Associação ZERO entende, por isso, “que o Governo deveria retirar os apoios a este tipo de automóveis, os quais ascendem a vários milhões de euros por ano”.
Acrescenta que é mais caro comprar um modelo híbrido ‘plug-in’ do que um semelhante elétrico. No espaço de quatro anos, a troca de um híbrido para um 100% elétrico permite economizar entre 1.300 € e 4.800 €, defende a ZERO, usando os modelos do estudo como base.
A associação vê com bons olhos o crescimento das vendas de veículos elétricos, que aumentaram 121% em janeiro, face ao mês homólogo do ano passado. Alerta, contudo, para as vendas dos híbridos ‘plug-in’, “pois nas vendas conjugadas destes dois tipos de automóveis os híbridos plug-in representaram ainda cerca de 44%”.