O Governo madeirense quer que o início de um futuro mais sustentável no arquipélago nasça no Porto Santo. A autarquia local acolhe a ideia de braços abertos, e o investigador da Universidade de Aveiro, João Baptista, com diversos trabalhos aplicados na ilha, coloca algumas interrogações.
O Smart Fossil Free Island, um projeto do executivo madeirense que replica outros que estão a ser introduzidos em vários países, incluindo Portugal, na ilha Graciosa, nos Açores, tem como objetivo tornar aquele território livre de energias não renováveis e otimizar os recursos naturais existentes. Pelo caminho, pretende rentabilizar esta “aposta verde” em termos turísticos, refere o Público.
O desafio, para já, passa por ir mais além das metas da estratégia europeia 20-20-20, que estabelecem uma redução de 20% Das emissões de gases com efeito de estufa, colocam a fasquia de 20% de energias renováveis e apontam para um aumento, nesse mesmo valor, da eficiência energética. O ponto de partida foi 1990 e a meta é 2020, mas no Porto Santo a corrida é mais curta. A referência, para a redução de CO2 é 2010, e o objetivo são 30%, que o Funchal quer quer seja superior a 80% em 2050. Como? O secretário regional da Economia, Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, responde ao Público. “O Porto Santo reúne todas as condições para assumir-se como um laboratório real para o desenvolvimento e demonstração de novas tecnologias”.
Veículos elétricos
A ilha, com uma área um pouco superior aos 40 Km2 e uma população inferior a cinco mil habitantes, é, ao contrário da Madeira, essencialmente plana. Por isso, a aposta passa pela introdução de veículos elétricos. Primeiro na administração local e transportes públicos coletivos, depois nos táxis e veículos de aluguer. Paralelamente, o executivo regional pretende reforçar a rede de abastecimento de veículos elétricos – neste momento apenas existe um – e prolongar a ciclovia, que já atravessa mais de metade da costa sul da ilha.
Em termos de financiamento, o Funchal conta com apoios financeiros de vários projetos operacionais, como PO-Madeira e PO-SEUR, sistemas de incentivos à economia e, claro, fundos comunitários.
Sistema inteligente
A ilha tem já um histórico de aproveitamento eficiente dos recursos. Praticamente sem água potável – a precipitação é residual e não possui cursos de água permanentes – o que corre nas torneiras vem do mar, depois de passar numa dessalinizadora.