As empresas estão a criar mais negócios focados na sustentabilidade do que há cinco anos, com 29% dos CEOs a referir que as suas empresas irão desenvolver um negócio focado em sustentabilidade nos próximos cinco anos. Esta é uma das conclusões do inquérito anual “New-business building” da McKinsey & Company que recolheu respostas de mais de mil líderes empresariais em todo o mundo.
De acordo com o relatório, a maioria espera que as suas empresas possam oferecer serviços tais como o “financiamento sustentável”, ou “produtos e materiais sustentáveis”, como “painéis ou baterias solares”. Setores como o “turismo, logística e infraestruturas” esperam que “a maioria dos seus novos negócios verdes se concentrem em serviços intangíveis ou infraestruturas sustentáveis”, enquanto “nos bens de consumo e no comércio a retalho, o foco está nos serviços e produtos físicos”, aponta o estudo.
“Além dos negócios orientados para a sustentabilidade, mais de metade dos inquiridos planeia incorporar inteligência artificial nos seus novos negócios para cumprir as suas propostas de criação de valor, e 35% planeia fazê-lo através da Internet das Coisas (IoT)”, refere Santiago Fernández, sócio da McKinsey & Company em Espanha, acrescentando que, “executivos de indústrias avançadas, por exemplo, mencionam frequentemente a robótica e a impressão em 3D, para além da realidade aumentada. Esta última é também importante para os líderes empresariais em turismo, logística e infraestruturas”.
Em termos de financiamento, apesar de os recursos internos serem a fonte mais comum de investimento na criação de novos negócios, também se verifica o recurso a fontes externas como empresas de capital de risco e de participações privadas, bem como subvenções. De facto, os dados do inquérito mostram que “os novos negócios que receberam financiamento externo têm mais probabilidades de sucesso do que os que recebem outros tipos de financiamento”. Além disso, “para que um novo negócio tenha sucesso, as empresas podem olhar para as práticas já implementadas por outras empresas com sucesso”, refere o relatório.
As conclusões deste estudo salientam que o “sucesso de novos negócios depende em grande parte da tomada de decisões com base em dados, da definição de uma estratégia eficaz”, bem como da “existência de recursos suficientes por parte da sua organização central e de um processo claro e normalizado para escalar os novos negócios”.
Criação de novos negócios será uma das suas prioridades estratégicas face à instabilidade económica
O relatório demonstra ainda que, as empresas que, no decorrer de 2022, desenvolveram novos produtos, serviços ou negócios cresceram mais rapidamente em comparação com as empresas que não o fizeram. Efetivamente, “oito em cada dez CEOs afirmam que a criação de novos negócios será uma das suas prioridades estratégicas nos próximos anos, apesar da atual conjuntura de instabilidade económica”, refere a análise da McKinsey & Company.
Os executivos esperam que o desenvolvimento de novos negócios por parte das suas empresas contribua para “29% das receitas totais da organização nos próximos cinco anos”, contra os 12% verificados nos últimos cinco anos. A análise da McKinsey salienta ainda que, assumindo que as taxas médias de sucesso dos novos negócios se mantêm constantes, as empresas terão de “duplicar o número de novos negócios que criam anualmente para conseguirem responder a estas expectativas de receitas”, ou seja “passar dos atuais 1,5 para 3,5 negócios por ano”. Além disso, as “empresas com receitas anuais superiores a mil milhões de dólares (~960 milhões de euros) terão de estabelecer um objetivo mais elevado, que passa pela criação de sete novos negócios por ano durante os próximos cinco anos”, indica o relatório.
“Espera-se que a criação de novos negócios aumente consideravelmente nos próximos anos, com destaque para o desenvolvimento de novos produtos, serviços ou negócios centrados em dois eixos principais, a sustentabilidade e a digitalização”, refere Santiago Fernández, reforçando que “a criação de negócios sustentáveis será particularmente evidente para as empresas em setores como a energia e materiais, enquanto empresas retalhistas ou de bens de consumo se vão concentrar em apresentar novos serviços digitais”.