A Fundação Calouste Gulbenkian e a Efanor Investimentos vão intervir, nos próximos anos, numa área de 15 mil hectares, a partir do arrendamento de terrenos no Norte e Centro do país. Até ao final do projeto, o qual tem um horizonte intergeracional, o investimento previsto é de cerca de 31 milhões de euros, partilhado em partes iguais pelos parceiros, refere um nota divulgada à imprensa.
O projeto, caracterizado pelo investimento em Floresta Produtiva Biodiversa em Portugal, aposta numa gestão florestal mais eficiente, na promoção da biodiversidade e dos serviços de ecossistemas, no elevado sequestro de carbono, na diversificação da paisagem e na criação de mosaicos, por oposição à floresta contínua. A redução do risco de incêndio será também um dos pontos-chave da intervenção, através da diversificação e combinação de espécies – com maior predominância do Pinheiro-Bravo e Sobreiro, incluindo ainda Carvalhos e Medronheiro, de um total de 12 espécies selecionadas –, a implementação de faixas de gestão de combustível em sítios estratégicos e a aposta na vigilância regular.
Esta iniciativa segue em linha com o trabalho que ambas as organizações têm vindo a desenvolver no que toca à ação climática, colocando a proteção do ambiente no topo das suas prioridades estratégicas.
Para a Fundação Calouste Gulbenkian, o projeto apresenta-se também como uma forma de diversificação dos seus investimentos, na sequência da decisão tomada em 2019 de desinvestimento no petróleo e no gás.
A presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota, salienta que este investimento “contribui ativamente para o importante compromisso assinado recentemente por 105 países na COP26, incluindo Portugal, para travar a deflorestação e deterioração do uso do solo até 2030”. Isabel Mota considera ainda que “a proteção e restauro da biodiversidade inerentes a este projeto, o sequestro de carbono ou a preservação dos solos e dos cursos de água são elementos essenciais para o cumprimento do Acordo de Paris e diminuir os impactos climáticos já em curso”.
Por seu turno, Paulo Azevedo, presidente da Efanor Investimentos, declara: “Esperemos ter encontrado o modelo com retorno económico, ambiental e social para a Floresta do centro e norte de Portugal. Este investimento servirá para o comprovar e, posteriormente, o poder alargar significativamente”.
Este é um modelo de investimento que visa a criação de retorno financeiro, social e ambiental através da gestão florestal ativa e da redução do risco de incêndio, da promoção da biodiversidade e dos serviços de ecossistemas, da captura e sequestro de carbono, da diversificação dos usos do solo e da composição da floresta e da produtividade florestal, através da tecnologia e inovação. O reforço das economias locais e a valorização dos territórios e das suas comunidades serão também resultados diretos do projeto.
O projeto conta ainda com a Sonae Arauco como parceiro operacional e de tecnologia.