O grupo português DST foi selecionado pelo Governo angolano para uma obra de ampliação de um sistema de abastecimento de água nos arredores de Luanda, por mais de 17,1 milhões de dólares (15,5 milhões de euros). A informação consta de um despacho presidencial a que a Lusa teve acesso, referindo que a obra se insere no plano de ação 2016-2017, de projetos prioritários de abastecimento de água, e “ao abrigo dos acordos de financiamento entre a República de Angola e a República de Portugal”.
A empreitada, para ampliação da capacidade do sistema de reserva de água do Centro de distribuição do Golf (arredores de Luanda), é contratada pelo Ministério da Energia e Águas ao consórcio DST Angola/DST, ambas do mesmo grupo.
O documento sublinha a “premente necessidade de garantir a abrangência contínua das condições de acesso ao fornecimento de água potável à população da província de Luanda”, que conta quase sete milhões de habitantes.
Angola prevê investir até 2025, no setor da energia e águas, cerca de 29 mil milhões de dólares (26 mil milhões de euros).
Os dados finais do recenseamento da população angolana, realizado em 2014, referem que metade dos cerca de 5,5 milhões de agregados familiares angolanos, um dos maiores produtores africanos de petróleo, não tem acesso a água “apropriada” para beber. O levantamento entende por água “apropriada para beber” a proveniente de fontes como torneiras ligadas à rede pública, chafarizes públicos, furos com bomba ou nascentes protegidas, incluindo-se neste grupo 43,6% dos agregados familiares.
A água da rede pública com torneira em casa apenas serve 17% dos 5.544.834 de agregados familiares (num total de população superior a 25,7 milhões de habitantes).
Angola é o atualmente o maior produtor de petróleo de África, com praticamente mais de 1,7 milhões de barris de crude por dia, recursos que segundo o Governo têm sido utilizados na reconstrução do país após quase três décadas de guerra civil, que terminou a 04 de abril de 2002.