Grupo Casais: “Temos de ser os primeiros a reconhecer o nosso impacto” no meio-ambiente
“As alterações climáticas são de facto um problema bicudo”. A frase é de António Carlos Rodrigues, CEO do Grupo Casais, que falou no encerramento do seminário digital “Alterações Climáticas e Sustentabilidade Ambiental” realizado esta quarta-feira.
De acordo com o responsável, a questão das alterações climáticas é marcada por um desfasamento temporal: “Os efeitos que sentimos hoje resultam das nossas ações de há muitos anos”. E Portugal já tem os seus próprios episódios, diz, dando como exemplo a “vaga de incêndios” de há dois anos. Ainda sobre os eventos extremos, o responsável acredita que, também, os “ventos fortes” e as “chuvas intensas” são problemas que afetam cada vez mais o país. A verdade é que a “natureza” tem ensinado que “não dá pré-aviso” e um “evento catastrófico” destrói em “minutos” infraestruturas necessárias e fundamentais para o dia-a-dia de cada cidadão, alerta.
Relativamente à pandemia da Covid-19, António Carlos Rodrigues não tem dúvidas de que “acelerou” e “despertou” para temas que há muito estavam “arrumadas na prateleira”. A “inovação” é um bom exemplo da “partilha de conhecimento” que houve nos últimos meses: “Passados 11 meses conseguimos não uma, mas várias vacinas. Nunca na nossa história humana foi possível tamanho feito e tudo devido ao fator da colaboração”, afirma. É precisamente este “sentimento” de “partilha” e de “colaboração” que deve manter-se: “Só assim é que conseguimos fazer mais rápido, bem e com impacto”. E a Europa já está a traçar tal caminho, ao ter anunciado a “neutralidade carbónica” até 2050, envolvendo “todos os stakeholders”, desde as “instituições financeiras”, aos “governos nacionais”, às “autoridades locais”, aos “construtores”, aos “fornecedores” até aos “fabricantes”: “Tudo para que tenhamos um setor saudável e que a eficiência energética e a circularidade façam parte do ecossistema”.
[blockquote style=”2″]A nossa indústria pode de facto contribuir para a construção de um futuro melhor[/blockquote]
Contudo, tais transformações não acontecem apenas com “retóricas” ou com “conferências”, diz, chamando a atenção para o imposto do carbono: “Quem não construir de forma sustentável vai pagar fatura. Temos que nos preparar porque a agenda está estabelecida”. O CEO do Grupo Casais reconhece que a “pegada carbónica” da fileira da construção é grande: “Somos uma indústria que transforma o meio ambiente por natureza e por isso temos de ser os primeiros a reconhecer o nosso impacto”. O Grupo Casais, avança o responsável, está assim numa “jornada” em “melhorar os processos de construção” começando por alterar a forma como se fazem as obras, de forma a “reduzir as emissões”. A mensagem que o grupo quer passar é de consciencialização: “A nossa indústria pode de facto contribuir para a construção de um futuro melhor”.
Numa altura em que se fala em “recuperação económica”, o responsável não tem dúvidas de que o setor da construção tem, igualmente, um papel preponderante: “Converte capital em infraestruturas que a sociedade necessita e, ao mesmo tempo, gera inovação, ativa a economia e envolve todos os setores”. Desta forma, as obras executadas nos “próximos sete anos” são aquelas que o “mundo vai precisar para vencer os desafios dos próximos 50 anos”, remata.
O seminário digital foi promovido pelo Grupo Casais e contou com a parceria do jornal Diário Imobiliário.