A Assembleia Geral de Acionistas da AdP (Águas de Portugal) aprovou esta segunda-feira o relatório e as contas consolidadas do exercício económico-financeiro de 2020.
O “bom desempenho económico registado no ano fica marcado por um conjunto de indicadores positivos, como seja a evolução do volume de negócios que ascendeu a 715,3 milhões de euros, com um aumento de 3,4% relativamente ao exercício de 2019”, refere a empresa. E o EBITDA, ajustado do excedente de recuperação de gastos, “cresceu 2,3% atingindo 374,1 milhões de euros”, precisa o comunicado divulgado pela AdP.
Destaque também para uma “evolução favorável em indicadores de eficiência operacional”, bem como o registo de “55,4 milhões de euros de superavit tarifário, que veio permitir a redução, pelo terceiro ano consecutivo, do desvio de recuperação de gastos acumulado do Grupo AdP”, lê-se no comunicado.
O resultado líquido, deduzido desse superavit tarifário, foi de “78,6 milhões de euros”, o que representa uma “redução de 5,5% em relação ao exercício anterior, decorrente do impacto da pandemia e da redução do referencial de mercado para fixação da remuneração acionista das entidades gestoras dos sistemas multimunicipais (Obrigações do Tesouro a 10 anos)”, precisa a nota.
O endividamento líquido, que corresponde a um terço das origens de fundos, registou uma “quebra de 9% e corresponde já ao EBITDA gerado nos próximos 4 anos”. De acordo com a empresa, este indicador de solidez financeira é particularmente relevante, numa indústria de “capital intensivo” e com um “perfil económico relativamente estável, no largo horizonte dos períodos de concessão”.
José Furtado, presidente do Conselho de Administração, sublinhou “a robustez do Grupo que confere às empresas participadas grande estabilidade operacional, capacidade para realização dos planos de investimento e sustentabilidade futura no prosseguimento da sua missão de serviço público”. Realçou também o facto de o setor do ambiente ser hoje palco das maiores transformações na economia e na sociedade: “É-nos requerido um novo patamar de exigência: Fazer melhor, alcançar mais, com menos recursos, na gestão da água e na preservação da natureza. Incorporámos esses desafios no Quadro Estratégico de Compromisso”.
O Grupo AdP apresentou, em 2020, o Quadro Estratégico de Compromisso para a década onde enquadra um conjunto de desafios e compromissos no sentido de elevar os padrões de exigência e acrescentar utilidade social na gestão do ciclo urbano da água, nomeadamente focando-se na excelência do serviço ao cliente, na valorização do capital humano, na inovação, na resiliência, na neutralidade carbónica e na economia circular.
Neste quadro, ainda em 2020 foi também lançado o Programa de Neutralidade Energética ZERO que assenta numa estratégia continuada de redução de consumos e de aumento da produção própria de energia 100% renovável que permitirá ao Grupo AdP atingir, até 2030, a neutralidade energética em todas as suas atividades nacionais e internacionais a nível mundial.
“Em circunstâncias duras da pandemia, os operadores dos nossos sistemas de abastecimento e de saneamento asseguraram com segurança e fiabilidade um serviço essencial à vida, de importância redobrada no combate pela saúde pública. É hora de lhes prestar um justo reconhecimento”, destacou o presidente do Grupo AdP.