O Governo vai definir uma estratégia para a reutilização de águas tratadas e um plano de ação, principalmente dedicado às 50 maiores entidades gestoras para este fim, disse hoje o secretário de Estado do Ambiente. “Vamos delinear uma estratégia nacional para reutilização de águas tratadas” que deverá estar concluída em junho, avançou Carlos Martins, citado pela agência Lusa.
O secretário de Estado do Ambiente falava no parlamento, na Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, numa audição do ministro do Ambiente, sobre a situação de seca severa ou extrema que afeta o país, a pedido do grupo parlamentar do Partido Ecologista os Verdes (PEV).
Está também a ser preparado um plano de ação para entidades gestoras com as 50 maiores estações de tratamento de águas residuais (ETAR), representado 80% da totalidade dos caudais tratados, referiu o secretário de Estado. As restantes 1.250 não ETAR não têm caudais significativos que tornem viável aquela solução.
As águas residuais tratadas podem ser usadas para vários fins, como a rega de jardins, e Carlos Martins deu alguns exemplos de edifícios que já o fazem, como o Marl (Mercado Abastecedor de Lisboa).
O governante reconheceu a dificuldade de alargar esta possibilidade a construções já existentes, mas apontou que os novos edifícios e aqueles reabilitados podem integrar uma solução de uso de águas tratadas.
Além da questão do cumprimento e da eventual revisão da Convenção de Albufeira, que rege as relações entre Portugal e Espanha na gestão dos rios partilhados entre os dois países, a necessidade de utilizar de forma eficiente a água foi um dos temas mais focados na reunião.
“O tratamento de águas residuais é uma grande oportunidade”, já que atualmente não chega a 2%, acrescentou Carlos Martins.