Governo vai avançar com regulamentação da profissão de Guarda-Rios
A garantia foi dada por Hugo Pires, secretário de Estado do Ambiente, esta quarta-feira, 15 de março, no arranque da “VITRUS Talks”, uma iniciativa promovida, no Parque da Ínsua, em Vila Ponte, pela empresa municipal Vitrus Ambiente, juntamente com o Município de Guimarães.
Hugo Pires, que respondia ao repto lançado pela empresa e pela autarquia sobre a necessidade de regulamentar a figura do guarda-rios, deixou bem claro o compromisso e a disponibilidade do Governo em iniciar este processo: “Cuidar dos nossos rios é cuidar de nós, é cuidar do futuro”. Recordando uma “má experiência” que vivenciou há algum tempo no “rio Este, efluente do Rio Ave”, observando o “rio amarelo ou cor-de-rosa”, o secretário de Estado do Ambiente reiterou a importância de se tratar dos rios, até porque, “quando não acontece, estamos a hipotecar o futuro dos nossos filhos e das gerações do amanhã”.
O ressurgimento da figura Guarda Rios em Guimarães
Extinta em 1995, a figura de guarda-rios vigorou entre os séculos XVIII e XX, e tinha como função cuidar, fiscalizar, vigiar e atuar em caso de destruição das margens dos rios e linhas de água.
Foi numa conversa com o presidente do Município de Guimarães, Domingos Bragança, que surgiu a ideia de “respigar” o projeto e implementá-lo na cidade, começa por dizer Sérgio Castro Reis, presidente da Vitrus Ambiente, acrescentando que tudo se materializou através da “formação de dois colaboradores internos”, sendo oficialmente apresentado no dia 31 de julho de 2021, Dia Mundial do Vigilante da Natureza. Desde a data que marcou o arranque do projeto até ao final de 2022, registaram-se “200 ocorrências” nas quais os guarda-rios tiveram intervenção direta, nota o responsável, destacando a necessidade de reforçar a equipa: “Em janeiro de 2022, juntaram-se mais duas colaboradoras”. Em dois meses (de janeiro até março), estes profissionais já estiveram incluídos em cerca de “70 ocorrências”, dando um “contributo muito importante para as linhas de água”. De acordo com Sérgio Castro Reis, as intervenções incidem nas “linhas de água” dos rios Ave, Selho e Vizela, no concelho de Guimarães.
O trabalho que estes profissionais desempenham é notório, pelo que a Vitrus Ambiente e o Município deixaram bem patente a necessidade urgente de regulamentar a profissão: “Quando digo que há necessidade de regulamentar esta figura, não estou a referir-me à mesma regulamentação que foi extinta, até porque os tempos são outros”, disse o presidente da Vitrus Ambiente, defendendo que “a figura dos guardas-rios, a par da fiscalização das linhas de água para que se consiga fazer um trabalho de maior proximidade e com resultados, deve ser competência dos municípios ou de empresas municipais”.
Corroborando a mesma ideia, Domingos Bragança não quis deixar de reforçar a importância dos guarda-rios que, além da “função pedagógica”, têm também o papel de “fazer um levantamento do que corre mal e comunicar” os acidentes: “É uma ação de defesa dos rios e (…) a ideia é que cada cidadão seja também cuidador”. Esta ideia de recuperar a profissão de guarda-rios leva o presidente de Guimarães a acreditar que pode servir de incentivo para outros municípios portugueses: “O país olha para nós e acredito que todos os municípios venham a adotar esta profissão”.
📸 Facebook da VITRUS Ambiente