Governo prevê investir 28 milhões na “integridade da costa” portuguesa
O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, anunciou hoje que o Governo vai investir 28 milhões de euros na “integridade da linha de costa”, nomeadamente na consolidação de arribas, no recarregamento de praias com areia e na conservação do cordão dunar. “As obras de manutenção da integridade da linha de costa serão concretizadas através de fundos comunitários, cujas candidaturas vão ser feitas até ao final deste mês, início de fevereiro”, disse à agência Lusa, à margem da cerimónia da apresentação das obras de requalificação da praia das Furnas, em Vila Nova de Milfontes, no concelho de Odemira.
Segundo o ministro do Ambiente, “está posta de parte a construção de esporões, na certeza de que haverá alguns que terão de ser reabilitados, mas o objetivo é, sobretudo, intervir na consolidação das arribas, no recarregamento de praias com areias e na manutenção do cordão dunar”. “Esse conjunto de obras perfaz 28 milhões de euros e alguns desses investimentos começarão a ser visíveis ainda este ano”, enfatizou.
O governante considerou que o mais importante nesse investimento é Portugal passar a ter um sistema de monitorização do litoral costeiro para que, num período de quatro anos, seja possível conhecer ainda melhor as dinâmicas costeiras. “Queremos ter, de uma vez por todas, um sistema de monitorização do qual já houve vários começos e nenhum fim”, frisou.
Segundo Matos Fernandes, a erosão costeira entre Caminha e Vila Real de Santo António “é um problema que nenhum Governo poderá resolver em definitivo”. Contudo, assegurou que será feito um esforço contínuo para garantir a integridade do litoral. “Não será possível transformar a fragilidade de litoral. Em alguns sítios terá de haver uma estratégia de recuo, zonas de densidade urbana vão ter que ter uma estratégia mais dura de proteção de pessoas e bens”, admitiu.
Na opinião de Matos Fernandes, nas zonas a sul da Figueira da Foz e em Esposende, a monitorização permanente é indispensável, porque “a cada ano que passa se vê aquilo que é, de facto, o recuo da terra face ao mar”. “Não havendo funções mágicas, elas passam sobretudo por garantir e reforçar o cordão dunar e repor areia nas praias, de forma a garantir a segurança das pessoas”, destacou.