O Governo não tem qualquer projeto previsto para nascer no local da refinaria de Matosinhos, encerrada pela Galp, sua proprietária, disse o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, à margem de uma visita ao Pinhal de Leiria, na Marinha Grande, pode ler-se no site da Lusa.
“Aquele é um espaço de privados, que é da Galp. Quem gere aquele território é sempre a autarquia, portanto, o Governo não vai ter nenhum projeto para aquele território”, disse o ministro.
Sobre a possibilidade de a refinaria de Matosinhos vir a dar lugar à exploração de lítio, o governante sublinhou que esse é um projeto “que não existe”, mas admitiu que “é muito importante para Portugal ter uma refinaria de lítio”.
“Portugal tem um projeto de aproveitar as matérias-primas que possui para contribuir para o desenvolvimento económico do país e da Europa, que só tem 9% das matérias-primas críticas que necessita para o seu desenvolvimento. Portugal tem a sorte de ter uma delas: o lítio. De facto, o grande valor acrescentado está na refinação e fabricação das células e Portugal tudo fará para concentrar a tecnologia necessária para que esses negócios aqui se possam desenvolver”, reforçou João Pedro Matos Fernandes.
O ministro revelou ainda que existem “intenções de investimento” e “investidores estrangeiros a olhar para Portugal, como um sítio onde podem desenvolver estas duas etapas”.
“Não tendo Portugal nenhum projeto de mineração, tem sobretudo um projeto industrial que tem cinco etapas: a extração do metal, a sua refinação para a tornar mais pura, a construção das células, as próprias baterias e por fim a reciclagem. Temos de ter sempre aqui uma perspetiva de circularidade. Não podemos ir sempre buscar à terra aquilo que precisamos. É esse projeto que estamos a desenvolver. É um projeto de investimento de atores privados, diversos, do qual não faço ideia qual o papel que a Galp quer ou não ter aqui”, acrescentou
Segundo João Pedro Matos Fernandes, “o encerramento da refinaria aconteceu por vontade do seu dono em função de não ter negócio”. Segundo o ministro, “ela encerrou transitoriamente por causa da covid e o dono da refinaria constatou que já não há consumo em Portugal que justifique a existência de duas refinarias”.