O Ministério da Economia mandou o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) avaliar os níveis de radão em creches e escolas primárias do distrito de Bragança, depois de um estudo de investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto ter detetado “valores preocupantes” deste gás radioativo e cancerígeno em estabelecimentos da área. A confirmação foi dada ao Diário de Notícias pelo gabinete do ministro Pires de Lima.
“O governo mandatou o LNEX para que, no uso das suas reconhecidas competências técnicas, avalie as situações identificadas no âmbito do estudo hoje apresentado”, disse o ministério, acrescentado que “na sequência dessa avaliação, o LNEC proporá as ações corretivas entendidas como adequadas às diferentes entidades, em razão da matéria”.
Além da presença de radão, o estudo de três anos, que abrangeu 58 salas de aula e 25 creches, jardins-infantis e escolas do 1º ciclo de Bragança e da Área Metropolitana do Porto, confirmou níveis de partículas no ar, causadoras de asma infantil, que ultrapassavam os limites fixados pela Organização Mundial de Saúde em 84% dos casos (54% pela legislação nacional).
Entretanto, a Câmara do Porto já veio dizer em comunicado que as conclusões do estudo “não têm qualquer fundamento” e negou ter sido informada sobre quaisquer medições realizadas em escolas do concelho, enquanto Bragança disse ter conhecido o estudo pela comunicação social. Fonte oficial da Associação Nacional de Municípios, ouvida pelo DN, disse também que, embora “não conhecendo” o estudo em causa “tendo em conta o âmbito que está a ser apresentado, não será tutela das autarquias mas será, eventualmente, do Ministério do Ambiente”, indicou, admitindo que “dentro do quadro legal” as autarquias “farão aquilo que for possível”.