A ministra da Agricultura avançou esta terça-feira, na Assembleia da República, que, no próximo ano, vai ser lançado um aviso de 50 milhões de euros no âmbito do regime de apoio à reestruturação e reconversão da vinha (Vitis), noticiou a agência Lusa.
“Estamos já a preparar um aviso, que vai sair no próximo ano, para 50 milhões de euros e para podermos dar sequência ao trabalho fantástico de renovação das nossas vinhas”, anunciou Maria do Céu Antunes, em resposta aos deputados, numa audição parlamentar conjunta com as comissões de Orçamento e Finanças e Agricultura e Mar.
Este regime tem 73 milhões de euros previstos no Orçamento do Estado.
Conforme apontou a líder do Ministério da Agricultura, apesar do contexto pandémico, o vinho é dos produtos que mais tem contribuído para equilibrar a balança comercial portuguesa. A governante ressalvou que toda a vinha, incluindo nas regiões autónomas, pode abrir avisos, notando que foi opção do Governo Regional da Madeira não o fazer este ano, uma vez que está “a rever os cálculos do valor de apoio”.
As exportações de vinhos portugueses cresceram em agosto 8,3% em valor e 8,2% em volume face a igual mês de 2019, adiantou, em 16 de outubro, o Ministério da Agricultura, em comunicado, citando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Na mesma nota, a tutela referiu que “no acumulado do ano (de janeiro a agosto), regista-se um crescimento de 2,3% em valor e 3,4% em volume, em relação ao período homólogo”.
No que diz respeito aos principais mercados, em agosto, existiu uma “recuperação nas vendas para França e Brasil, com variações de +22,4% em valor e +16,8% em volume, no primeiro caso, e +67,2% em valor e +41,2% em volume, no caso do Brasil”, de acordo com o documento.
Analisando o acumulado do ano, registou-se “o crescimento das vendas para os EUA (+9,7% em valor e +16,9% em volume), Reino Unido (+11,2% em valor e +21,7% em volume) e Brasil (+14,3% em valor e +16% em volume), com variações em volume superiores a dois dígitos” em termos homólogos, segundo a mesma nota.
Apesar destes dados positivos, “o mercado francês (-5,1% em valor e -5,3% em volume) e o alemão (-0,3% em valor e -17,6% em volume) continuam a apresentar quebras” face aos primeiros oito meses do ano passado.