“O consenso que se tem gerado à volta dos 17 objetivos estabelecidos para o desenvolvimento sustentável, boa parte dos quais têm relação direta com a questão ambiental, é um bom prenúncio”, disse à agência Lusa o secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos.
Para o governante, que vai estar na Cimeira das Nações Unidas, em Nova Iorque, a partir de sexta-feira, é importante que haja uma vontade a nível mundial de resolver o problema da pobreza e da desigualdade, mas também as grandes questões ambientais, as alterações climáticas, a gestão dos recursos hídricos a qualidade de vida dos cidadãos e dos ecossistemas.
“É muito positivo e um sinal que cria uma dinâmica muito positiva para a conferência de novembro, sobre alterações climáticas, em Paris”, referiu Paulo Lemos, expressando o desejo de que “se crie boa vontade e espírito de colaboração que permita que haja um acordo”.
Paulo Lemos, tal como Francisco Ferreira, realçaram o empenhamento do secretário geral das Nações Unidas, do papa Francisco, dos dirigentes mundiais, da União Europeia, dos EUA, e da China sobre o desenvolvimento sustentável e alterações climáticas, assim como as manifestações da sociedade civil agendadas para várias cidades em todo o mundo.
Francisco Ferreira vai estar igualmente em Nova Iorque em representação da associação ambientalista Quercus e o CENSE (Center for Environmental Sustainability Research – centro para a investigação da sustentabilidade ambiental) da Universidade Nova. O ambientalista espera que a cimeira de Nova Iorque traga contributos relevantes para a conferência prevista para França, mas realçou que pode ser “uma forma de alertar os políticos portugueses para a integração do tema na agenda nacional”.
Salientou, ainda, temas como o desenvolvimento sustentável, as desigualdades, a pobreza, uma reforma para um consumo mais equilibrado, e um aumento da qualidade de vida e de bem estar, que “têm estado completamente arredados” das preocupações dos responsáveis políticos.
A União Europeia realizou um conselho de ministros do Ambiente acerca da posição a defender para o acordo de Paris. Entre os assuntos pendentes, para além das alterações climáticas, continuam a estar o financiamento das medidas de adaptação e a questão da diferenciação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, existente no protocolo de Quioto, com os primeiros a terem metas de redução de emissões e os segundos sem metas, e que agora deverá ser ultrapassada.
Na cimeira da ONU pretende-se a adoção de um documento com uma agenda para os próximos 15 anos com base nos chamados 5P – de Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias – com metas como erradicação da pobreza, da fome e das desigualdades, proteção do planeta e dos recursos naturais.
A delegação portuguesa na cimeira da ONU é liderada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete.