O Governo vai duplicar o apoio para instalação de jovens agricultores em territórios de baixa densidade, para 20 milhões de euros, noticiou a Lusa.
“Muito recentemente abrimos dois avisos que se complementam. Disponibilizámos dez milhões de euros para a instalação de jovens agricultores nos territórios do interior, mas a procura foi de tal maneira grande que vamos duplicar e disponibilizar mais dez milhões de euros para podermos acomodar mais candidaturas”, revelou Maria do Céu Antunes, ministra da Agricultura, na abertura virtual da Festa do Queijo Serra da Estrela de Oliveira do Hospital.
Segundo a ministra da Agricultura, “vão ser mais 242 jovens a serem instalados em territórios do interior do país e onde estes territórios também são considerados vulneráveis aos fogos rurais numa percentagem muito significativa”.
Com uma dotação global inicial de 10 milhões de euros – a que agora vão acrescer mais 10 milhões de euros-, este apoio destina-se a jovens agricultores dos 18 aos 40 anos que se instalem pela primeira vez numa exploração agrícola, através de um prémio à primeira instalação e apoio ao respetivo investimento na exploração agrícola, lê-se no site da Lusa.
Adiantando que a tutela acredita “muito no mundo rural e nos agricultores, na pequena transformação e no turismo associado a tudo isto”, Maria do Céu Antunes recordou que, em 2016, foram disponibilizados 1.600 milhões de euros para o setor. “Estamos a criar condições para o próximo ciclo de investimento, agora presidindo ao Conselho da Europa, onde temos uma reforma de ataque muito alicerçada nesta dimensão da digitalização e numa arquitetura mais verde, mais consentânea com a sustentabilidade ambiental, mas também garantindo o rendimento aos agricultores e com isso o desenvolvimento sustentável que não deixa ninguém para trás”, afirmou.
A governante lembrou ainda que, no dia 4, no Conselho de Ministros extraordinário sobre setor florestal, foram apresentadas “medidas muito concretas para fazer face aos efeitos negativos dos incêndios de 2017 e também a algum desinvestimento público e privado”. E “a Agricultura apresentou uma resolução de Conselho de Ministros, que entendemos ser crucial, onde queremos dar uma oportunidade aos territórios vulneráveis aos fogos rurais. Serão políticas públicas que se complementam entre fundos comunitários e os atores do território, onde público e privados têm um papel importante, mas que sejam inclusivas e que não deixem ninguém para trás”, reforçou também Maria do Céu Antunes.
A União Europeia atribuiu aos seus Estados-membros o pacote financeiro ‘Next Generation’, que dispõe para a agricultura de cerca de 312 milhões de euros, disse, ao referir que o Governo irá comprometer este valor em 2021 e 2022 e executar até 2025. “Vamos alocar 140 milhões de euros para a agricultura biológica, e aqui neste domínio da pastorícia e da produção de leite para o queijo, e 172 milhões de euros para o desenvolvimento económico e social das zonas rurais”, anunciou.
Com este investimento, a tutela prevê “diminuir os custos de produção, promovendo o investimento na eficiência energética e da produção de energia para autoconsumo, a agricultura de precisão, a economia circular, a instalação de jovens agricultores e a renovação de equipamentos e de grupos operacionais”. Durante este trimestre, o Governo prevê abrir avisos para a “renovação de tratores, instalação de redes antigranizo e instalação de painéis fotovoltaicos. Vamos dar privilégio aos territórios vulneráveis aos fogos rurais, majorando aquilo que é a elegibilidade para estes territórios. Queremos promover a transição digital e climática que se impõe em relação ao nosso futuro coletivo, que queremos mais sustentável tanto ambiental como económica e social”.