Governo diz que “Ambiente tem de ser um compromisso de todos”
A secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza apelou hoje em Pombal a um compromisso coletivo para preservar o ambiente e salvar a Terra, “na certeza de que quem tem de ser salvo somos nós”. Célia Ramos, que falou no âmbito do Dia das Bandeiras Verdes de 2018, em que foram entregues os galardões Eco-Escolas, pediu “um compromisso de todos”, sublinhando que o ambiente não é uma responsabilidade exclusiva de ninguém, refere a agência Lusa.
“A ação não é do Governo, de intelectuais, de organizações não-governamentais, das escolas, de entidades da administração central, das câmaras, das pessoas… O ambiente tem de ser um compromisso de todos”, sublinhou, lembrando que “o planeta Terra é fundamental, mas com homens e mulheres ou sem eles, a Terra vai continuar o seu percurso. Ao tomarmos conta do planeta, estamos a tomar conta de nós”.
A secretária de Estado comparou, em Pombal, a importância dos cuidados com o ambiente com os cuidados de saúde. “Começámos a falar em ambiente numa perspetiva curativa. A terra tinha uma ferida ali, outra acolá, e tratávamos das lixeiras, da poluição, do saneamento básico… Foi assim que a dimensão ambiental deu os seus primeiros passos. Mas, tal como na saúde, o ambiente não é só curativo”, notou Célia Ramos.
Para a secretária de Estado, é necessário “olhar para o nosso planeta como um organismo vivo” e, por isso, é necessário que a sensibilização ambiental seja constante e que comece “cada vez em idades mais jovens”, para “todos sermos vacinados desde pequenos para estas causas do ambiente”, para as quais o projeto Eco-Escolas é um contributo que “tem de ser reconhecido”.
Em Pombal, o Dia das Bandeiras Verdes 2018 estabeleceu um novo recorde nacional de atribuição de bandeiras Eco-Escolas, destacou o presidente da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), José Archer. “São 1.438 bandeiras para entregar, um número recorde. Em termos de panorama internacional Portugal é de facto uma referência.”
O projeto desenvolve-se há 22 anos em Portugal e já mobilizou, desde então, “18.142 escolas, mais de 10 milhões de alunos e mais de 450 mil professores”. “É um programa que criou gerações de eco-estudantes que ajudaram a mudar a nossa comunidade”, defende o presidente da ABAE.
Para José Archer, “o trabalho feito mostra que temos gerações que aprenderam a diagnosticar, a planear, a participar, a agir, a comunicar e a sensibilizar”. Os alunos envolvidos “acabaram por mudar a si próprios, as comunidades, as escolas, as suas famílias, os seus empregos. Tornaram-se cidadãos mais ativos, participativos e conscientes” concluiu.