O Governo desistiu da comercialização de gás engarrafado a peso, isto é, da devolução em dinheiro do equivalente ao gás que fica no fundo da botija ao cliente por ser “impraticável”, afirmou esta quarta-feira o secretário de Estado da Energia e noticiou a agência Lusa.
Na audição na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, Jorge Seguro Sanches considerou que houve “voluntarismo” do Governo de Passos Coelho quando legislou no sentido de haver o reembolso do gás que restava no fundo da botija. “Eu acho que houve um voluntarismo grande quando se propôs que cada português, cada revendedor de gás de garrafa tivesse uma balança para pesar a bilha do gás e descontar aquilo que lá estava e levar outra. Acho que é voluntarismo”, disse o governante.
Em declarações aos jornalistas, no final da audição por requerimento do PCP, Jorge Seguro Sanches explicou que o plano passa por conseguir estabelecer uma média do gás que habitualmente fica no fundo da garrafa e ser deduzida ao preço cobrado ao cliente, em vez dessa aferição ser feita em cada botija devolvida.
Segundo dados da associação de consumidores Deco, há cerca de 300 gramas de gás que não são aproveitados e que, por norma, são devolvidos aos operadores, sendo que o custo anual deste desperdício para cada consumidor foi estimado em cerca 72 euros.
O secretário de Estado da Energia adiantou que esse levantamento será uma das primeiras missões da Entidade Reguladora dos Serviços Energético (ERSE) no âmbito das novas competências, que passou a ser regulador também do setor do gás.