A 26.ª Conferência das Partes sobre as Alterações Climáticas, agendada para novembro em Glasgow, vai focar-se na implementação de compromissos da comunidade internacional, noticiou a Lusa.
“Em geral, o objetivo da COP é criar condições políticas para negociar um resultado ao nível internacional para avançar mais um pouco. Temos absolutamente de o fazer, existe uma série de questões que temos de negociar, mas não vamos conseguir outro grande acordo como o que vimos em Paris”, admitiu a diretora adjunta de Estratégia para a COP26, Camilla Born, num webinar com jornalistas.
Desde 2015, 189 países ratificaram o Acordo de Paris de 2015, que visa manter o aumento das temperaturas médias mundiais abaixo dos dois graus celsius, idealmente menos de 1,5 graus celsius, em comparação com os níveis pré-industriais, enquanto outros seis países assinaram, mas não ratificaram o pacto. O Acordo de Paris exige também que os países definam as próprias metas voluntárias para reduzir os gases com efeito de estufa, como o dióxido de carbono, relativamente a 2030.
A União Europeia comprometeu-se a reduzir a emissões de gases com efeito de estufa em 55% até 2030 e o Reino Unido em 68%, ambos relativamente a níveis de 1990. O presidente chinês, Xi Jianping, avançou com uma redução de 65% das emissões de dióxido de carbono por unidade do Produto Interno Bruto em relação a 2005 e um aumento de 25% do consumo de energia produzida a partir de fontes não-fósseis.
Camilla Born vincou ser necessário “construir resiliência para o impacto das alterações climáticas, que tem de fazer em paralelo com o corte das emissões agora que alterações climáticas são uma realidade, e [assegurar] mecanismos para garantir que os meios de implementação, o financiamento, a capacidade de construção, o apoio de instituições, possam ser concretizados, não só nos países mais desenvolvidos, mas também nos países em desenvolvimento”.
O sucesso da Cimeira, acrescentou, vai depender do “equilíbrio delicado de mostrar que estamos a fazer progresso na implementação (…), mas também temos de mostrar que o mundo está a trabalhar em conjunto e a dizer: isto é o que podemos fazer unilateralmente e isto é o que podemos fazer juntos, e isso será refletido no resultado da negociação”, lê-se no site da Lusa.
O Reino Unido é anfitrião da 26.ª Conferência das Partes (COP26) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, agendada para se realizar em Glasgow, em novembro.