O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira, dia 23, um plano para a economia circular que visa pôr os portugueses a mandar reparar e reaproveitar antes de deitar fora, entendendo todos os resíduos como materiais que podem voltar a ser usados, noticia a agência Lusa.
O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, disse aos jornalistas que a lógica da economia circular implica que os produtos sejam de raiz “concebidos para durar”, para se acabar nos lares portugueses com a “heresia que é dizer ‘é melhor deitar fora e comprar novo do que mandar arranjar’”.
Em última análise, procura-se que o consumidor “deixe de ser consumidor para passar a ser utilizador”. O plano de ação, que é partilhado pelos ministérios do Ambiente, Economia, Agricultura e Ciência, concentra-se num modelo económico de “bem-estar igual ao de hoje, mas separando o crescimento económico do consumo de recursos”.
Matos Fernandes indicou que um dos setores mais atrasados neste aspeto é o da construção, que “em toda a economia é o setor de mais baixa eficiência material”.
“Todo o parque que já existe construído é um banco de materiais suficiente para não ter que extrair mais nada e poder continuar comummente com a atividade de construção”, destacou.
Entre as medidas concretas, o governante afirmou que “as juntas de freguesia serão convocadas para projetos de reparação de pequenos equipamentos”.
O plano define, ainda, medidas para “reduzir o consumo primário de plástico descartável de fontes fósseis”, para procurar acordos voluntários para o concretizar, e fiscalidade verde.
O pano de fundo é uma utilização mundial ineficiente dos recursos que leva a “prejuízos económicos e ambientais significativos”, estimando-se que em Portugal os danos causados pela poluição do ar custaram 3,6 por cento de toda a riqueza produzida no ano de 2013.