Gestores portugueses com mais vontade em acelerar transição energética das suas frotas nos próximos três anos

Os gestores das empresas portuguesas antecipam uma aceleração significativa na transição energética das suas frotas nos próximos três anos. Esta é uma das conclusões do Barómetro Automóvel e de Mobilidade 2021, estudo realizado e partilhado pelo Arval Mobility Observatory em colaboração com os especialistas da Kantar.

No início de 2021, “apenas 28% das empresas nacionais utilizam viaturas com novas tecnologias, bem atrás da média europeia que é de 42%.” A estimativa para os próximos trÊs anos é que “76% de empresas portuguesas já utilizem novas tecnologias, uma forte tendência de crescimento que ultrapassa as estimativas da média europeia (73%)”, revela o estudo.

Os dados dão conta que “reduzir o impacto ambiental é a razão mais assinalada entre as empresas europeias e particularmente, por cerca de 70% dos gestores nacionais que pretendem iniciar ou já iniciaram a transição energética nas suas frotas”. A “redução de custos com combustível é outro fator de decisão identificado por mais de 60% das empresas”, assim como, o “acesso a incentivos fiscais que é assinalado por mais de 50% dos gestores”, refere o Arval Mobility Observatory, destacando que “mais de 45% dos gestores nacionais veem esta mudança como forma de melhorarem a imagem da empresa e pelo cumprimento das suas políticas de responsabilidade social” e que “mais de 42% antecipa uma preocupação com acesso a zonas de emissões reduzidas ou de circulação restrita”.

No mercado nacional, “22% das empresas já têm instalados carregadores elétricos para as suas viaturas” e “71% dos gestores nacionais responde que já tem ou que considera instalar carregadores nas suas empresas ainda em 2021”, lê-se na mesma nota.

Segundo o Barómetro Automóvel e de Mobilidade 2021, entre as empresas que utilizam viaturas com carregamento elétrico (100% elétrico e plug-in) “52% ainda não têm carregadores nas suas instalações”. No entanto, “27% prevêem a sua instalação nos próximos 12 meses”. Das empresas que já têm carregamento elétrico próprio “27% assume custo de utilização para os condutores”.

As empresas portuguesas que ainda não utilizam viaturas 100% elétricas, apontam os seguintes fatores como constrangimento ao uso destes modelos: “49% indicam a escassez de pontos de carregamento público; 25%, a impossibilidade de carregamento no escritório”; “21% a falta de carregamento em casa do colaborador”. Ainda, o facto de o preço de compra das viaturas ser mais alto do que o de uma viatura a combustão interna é também apontado por “49% dos gestores como uma das limitações que têm afastado as empresas à utilização destas viaturas”, refere o estudo.

De acordo com Gonçalo Cruz, head of consulting & Arval Mobility Observatory, “o Barómetro Automóvel e de Mobilidade 2021 traz-nos indicadores claros de uma vontade por parte dos gestores portugueses em iniciar ou continuar a sua transformação na eletrificação do parque automóvel empresarial de forma mais significativa durante os próximos três anos. Existem diversas motivações para o fazer, mas as mais referidas são sem dúvida as preocupações ambientais com reflexo nas alterações climáticas e a redução de custos com o combustível”. Paralelamente, continua o responsável, “assistimos a um aumento de procura de soluções de carregamento já em 2021 uma vez que, mesmo as PME’s de menor dimensão e que até agora eram mais conservadoras no uso de novas tecnologias, demonstram agora uma intenção de procurar viaturas híbridas, híbridas plug-in e 100% elétricas”.

Os dados foram recolhidos através de entrevistas por via telefone com gestores de 5197 empresas de 20 países, das quais 250 em Portugal com informação local obtida entre os dias 5 de novembro e 21 de dezembro de 2020.