O tema da Floresta em Portugal é sempre de grande relevância no contexto nacional, tanto pela sua grandeza territorial, como pela sua dimensão económica: quase 40% do território de Portugal continental é floresta (DGRF, 2001), representando esta actividade cerca 10% das exportações, 3% do valor acrescentado bruto e, simultaneamente, emprega 2% da população activa. No país da União Europeia com mais floresta nas mãos de proprietários privados, a estrutura fundiária caracteriza-se por parcelas de reduzida dimensão, situação com particular significado na floresta do Norte e do Centro, bem como em algumas áreas do Sul. A actividade apresenta um déficit de gestão das áreas florestais, que é comprovado pela fraca rentabilidade das mesmas o que, aliado ao abandono dos espaços agrícolas e consequentemente declínio da actividade agrícola e florestal, tem como efeito natural o elevado risco de ocorrência de incêndios e pragas. Este é um problema recorrente. O facto mais recente é a expansão do nemátodo da Madeira do Pinheiro no território nacional. O nemátodo ataca o pinheiro através de um insecto vector e a doença toma enorme relevância pelo facto de atacar uma espécie que representa cerca de 21% da área florestal nacional e por não existir um tratamento específico para controlar e erradicar a praga. O empenho político na resolução dos problemas da floresta é quase sempre assinalado por compromissos de prevenção e combate a riscos sazonais que têm implicações directas na segurança de pessoas e bens. No entanto, o desafio apresenta-se numa dimensão diferente: como se pode potenciar um processo de desenvolvimento e modernização de um sector chave para a economia do país e de importância estratégica na actual problemática das alterações climáticas e aquecimento global? Não se antevendo alterações profundas na política de ordenamento do sector e na definição de novas responsabilidades para os proprietários da terra, importa potenciar os instrumentos disponíveis, como é o caso das Zonas de Intervenção Florestal (ZIFs). As ZIFs possuem uma lógica de funcionamento semelhante a um condomínio; agregam pequenos proprietários, têm uma gestão comum e profissional e podem minimizar os constrangimentos inerentes à estrutura fundiária da terra e incapacidade técnica e financeira dos proprietários. A profissionalização da gestão será um caminho óbvio para se atingir uma gestão florestal sustentável que credibilize o sector, atraia investimentos e permita diversificar os recursos. Concluindo, credibilizar o modelo de produção florestal deve ser entendido como um factor de competitividade fundamental para aproveitar a janela de oportunidade criada pelos novos investimentos privados nas áreas dos Fundos de Investimento Imobiliário Florestais e do Mercado de Carbono. Por Fernando Prioste Director da Carbono Verde
EMARP investe na melhoria contínua da gestão de resíduos com novas ilhas ecológicas
A EMARP colocou em funcionamento quatro novas ilhas ecológicas em Portimão e na Mexilhoeira Grande. Adicionalmente, as ilhas já existentes...