Gestão do arvoredo é aposta do Laboratório da Paisagem
Investigação, inovação e educação são eixos basilares da aposta do Laboratório da Paisagem na defesa do património arbóreo, mas também na promoção da biodiversidade e dos corredores ecológicos.
A mais recente aposta é a criação de um Gabinete de Gestão de Arvoredo que se tem dedicado à gestão e avaliação do arvoredo, assim como à inventariação do património arbóreo, quer em Guimarães, quer fora do território onde este Centro de Investigação e Educação Ambiental está localizado.
Para cumprir o seu objetivo, o Gabinete de Gestão de Arvoredo conta com especialistas na área da arboricultura, arquitetura paisagista e biologia, num trabalho multidisciplinar que tem despertado a atenção de entidades públicas e privadas, e que procura integrar também as valências de educação e sensibilização ambiental da instituição.
O objetivo é contribuir para a gestão do arvoredo em contexto urbano, procurando garantir o equilíbrio entre o bem-estar da população e a da população arbórea, protegendo o arvoredo contra pragas, doenças e uma gestão errónea que o possa colocar em causa.
Em Guimarães, cidade finalista ao prémio de Capital Verde Europeia 2025, cuja candidatura contou com a coordenação do Laboratório da Paisagem, o Gabinete de Gestão do Arvoredo está a desenvolver, em colaboração com o Município de Guimarães, a inventariação de todo o arvoredo urbano, assim como a análise da avaliação do seu estado fitossanitário.
“Das saídas de campo, ao trabalho de escritório, a azáfama, por estes dias é muita no Gabinete de Gestão de Arvoredo”, como indica Viriato Oliveira, arboricultor do Laboratório da Paisagem. O objetivo, contudo, “não passa apenas pela inventariação do arvoredo, mas também pela inspeção das árvores em ruas, conjuntos habitacionais, parques, cemitérios, escolas, entre outros”, prestando aconselhamento sobre proteção de árvores e preservação de arvoredo de interesse público”, adianta este técnico do Laboratório da Paisagem.
Ao mesmo tempo, e através deste mesmo Gabinete, o Laboratório da Paisagem tem reforçado a capacitação de técnicos e/ou operacionais, nomeadamente para as ações de poda e manutenção do arvoredo, assim como para garantir uma ação preventiva perante fatores extremos, ou para as operações de remoção e poda remediativa de árvores afetadas.
Apesar de vocacionado para atuação em áreas urbanas, a verdade é que o Gabinete de Gestão do Arvoredo tem também atuado em áreas florestais. Aliás, é também neste capítulo que o Laboratório da Paisagem continua a dar corpo aos seus “projetos que visam o reforço da cobertura arbórea, seja através de ações de envolvimento com a comunidade, seja através da estreita ligação com entidades privadas que têm assumido essa responsabilidade, como é o caso do projeto “Guimarães mais Floresta”, como adianta Sara Terroso, Arquiteta Paisagista da instituição.
Atualmente, e integrando a investigação e a educação e formação ambiental, o Gabinete de Gestão de Arvoredo encontra-se também a desenvolver trabalhos de investigação que procuram avaliar a diferença de impacto entre as diversas espécies de arvoredo, na diminuição da temperatura em áreas urbanas, assim como a trabalhar no desenvolvimento de um green belt num dos mais recentes projetos do qual o Laboratório da Paisagem é parceiro, e que pretende transformar um Bairro em Guimarães, num Bairro neutro climaticamente, contribuindo para o objetivo assumido pela cidade de atingir a neutralidade climática, até 2030.
De acordo com Carlos Ribeiro, Diretor Executivo do Laboratório Paisagem, “estes e outros projetos do Laboratório da Paisagem demonstram a importância do reforço do conhecimento científico para as políticas climáticas das cidades”, assim como “o nosso compromisso para contribuirmos para o desenvolvimento sustentável dos territórios, atuando como observatório de sustentabilidade, em diversas áreas de atuação, como as áreas verdes e o clima, e fortalecendo o papel das cidades, nomeadamente na gestão das áreas verdes e do arvoredo urbano”
Relembre-se que o Laboratório da Paisagem tem sido parceiro de diversos projetos locais, nacionais e internacionais na área da sustentabilidade, e que nasceu de uma aposta da Universidade do Minho, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e Município de Guimarães, cumprindo o seu décimo aniversário em 2024.
Este artigo foi incluído na edição 101 da Ambiente Magazine