Numa altura em que o compromisso das empresas com a sustentabilidade se figura cada vez mais urgente, em Portugal, é residual o número de empresas registadas no Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (EMAS). Tutelado pela Agência Portuguesa do Ambiente, este sistema, que promove a melhoria contínua do desempenho ambiental das instalações e práticas das organizações, integra entidades responsáveis em termos ambientais que se distinguem pela diferenciação positiva, baseada na transparência e na credibilidade. No nosso país, apenas 44 estão registadas.
Para Tiago Ferreira, Diretor Executivo da Aliados Consulting “apesar do tecido empresarial nacional já estar a trilhar o caminho rumo à sustentabilidade, existe um potencial desaproveitado no que toca a este sistema voluntário de gestão e auditoria ambiental europeu”, reforçando que “sejam privadas ou públicas, as organizações que decidem certificar-se neste Sistema verificam uma melhoria no seu desempenho ambiental, da sua eficiência operacional e da tomada de decisões, mas, também, alavancam a sua imagem pública e reputação”.
Ao nível da União Europeia, Portugal ocupa o 6.º lugar, no âmbito do EMAS, sendo que é no Norte do país que a maior parte das entidades certificadas têm atividade, apesar de se verificarem entidades registadas também nas zonas Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve e Açores.
“Pelos dados disponíveis, verificamos apenas o registo de 16 PME’s, 2 autoridades locais e 26 grandes empresas. Já em termos de área de negócio, é nas indústrias transformadoras que se verifica a maior adesão” salienta Tiago Ferreira, que considera que o Sistema EMAS proporciona numerosas vantagens às organizações.
Entre as vantagens de fazer parte deste ecossistema podemos destacar o melhor desempenho ambiental e financeiro, uma gestão ambiental de grande qualidade e a utilização eficiente dos recursos e menores custos; uma melhor gestão dos riscos e das oportunidades, com garantia de total conformidade com a legislação ambiental, menor risco de coimas relacionadas com a legislação ambiental, desagravamento regulamentar e acesso a incentivos à desregulamentação. Mas, também, maior credibilidade, reputação e transparência, com informações ambientais validadas por uma entidade independente, melhoria das oportunidades comerciais em mercados onde se dá importância aos processos de produção ecológicos, e melhoria das relações com os stakeholders, clientes, com a comunidade a nível local e geral e com as entidades reguladoras. Para além disso, existe uma melhoria da cultura organizacional, os trabalhadores são mais interventivos e sentem-se motivados, reforçando o espírito de equipa.