Está na estrada a “Caravana pelo Tâmega – De Chaves a Amarante”, iniciativa que pretende sensibilizar as populações para as maiores ameaças ao rio Tâmega: “a poluição e a construção de quatro grandes barragens neste afluente do Douro”, avança o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA). .
Organizada pelo projeto Rios Livres, desta associação ambientalista, a contestação atinge o seu ponto alto este sábado, em Amarante. onde o rio será o palco de um “protesto original”, avança a GEOTA em comunicado. Uma flotilha de dezenas de canoas e kayaks partirá de Fridão – “local onde a EDP planeia um empreendimento hidroelétrico com o mesmo nome, que obrigará à construção de duas barragens e inundará uma área superior a 850 campos de futebol” – e chegará pela hora de almoço ao centro de Amarante.
“Queremos fazer a maior manifestação de sempre: encher o rio de desportistas de águas bravas e mostrar que a construção das barragens de Fridão, Daivões, Gouvães e Alto Tâmega não é um assunto fechado. Há milhares de pessoas contra estas obras, que querem um rio limpo e livre”, assegura Ana Brazão, coordenadora do projeto Rios Livres.
No âmbito desta iniciativa, será, também, exibido gratuitamente o documentário “DamNation”, vencedor de inúmeros prémios internacionais, em Mondim de Basto (sexta-feira) e Amarante (sábado). A “Caravana pelo Tâmega” culmina com um grande debate: “Barragens no Tâmega: Problema ou Oportunidade?”. Pelas 14h30, no mítico café-restaurante S. Gonçalo, em Amarante, o GEOTA convidou a sentarem-se à mesa representantes dos municípios do Vale do Tâmega, EDP e Iberdrola, ambientalistas, especialistas em questões energéticas e da qualidade da água e empresários do setor turístico.
Entre Chaves e Amarante há mais de 100 quilómetros a separar as populações, sendo o rio Tâmega (o que as une), um cartão-de-visita das duas cidades.