GEOTA defende que 2022 surge como oportunidade de pôr em prática hábitos ambientais mais sustentáveis
O ano 2021 ficou marcado por grandes momentos de discussão ambiental como a do novo aeroporto de Lisboa, o projeto de ampliação da Mina do Barroso, os esquemas “monopólio” da compra e venda de barragens, o projeto de construção da Barragem do Pisão, entre tantos outros temas que dominaram a agenda mediática e que foram alvo de atenção de várias entidades ambientais. Para o GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente), o ano de 2022 surge com a oportunidade de pôr em prática hábitos ambientais mais sustentáveis e que contribuam, de facto, para a preservação do ambiente.
“2021 foi um ano, onde o nosso país falhou todos os indicadores de pressão sobre os recursos dos ecossistemas. Não podemos continuar a ignorar o enorme impacto que a ação humana tem sobre os oceanos, rios, florestas e os mais diversos ecossistemas. Devemos encarar 2022 como uma nova oportunidade e criar uma frente unida na preservação do ambiente em Portugal e no resto do mundo. Só promovendo cidadãos responsáveis e conscientes, é possível criar impacto e obter resultados” apela João Dias Coelho, presidente do GEOTA.
Com base neste objetivo, o GEOTA deixa três resoluções para 2022, com o objetivo de ajudar os portugueses a entrar no novo ano com uma pegada ambiental certa, capaz de mudar o rumo do ambiente.
- Diminuir a compra e uso de plásticos de utilização única, por exemplo, optando por produtos alternativos e que não contenham plástico na sua embalagem ou constituição. Segundo o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Breaking the Plastic Wave, atualmente, 11 milhões de toneladas de plástico são despejados nos oceanos, todos os anos, sendo necessárias mudanças dos hábitos de consumo e de novas políticas que alterem a economia do plástico.
- Dar prioridade a aparelhos que sejam mais eficientes e amigos do ambiente, tendo em mente a eficiência energética. Grande parte da eletricidade utilizada nas casas portuguesas e nos serviços poderia ser poupada desligando aparelhos quando não estão a ser utilizados. Medidas que podem ter um enorme impacto de redução nas despesas dos consumidores, em mais de 30% e também no ambiente.
- Ser um cidadão atento e informado, procurando ativamente por formas de contribuir para a redução da sua pegada ecológica. Realizar passeios à beira-mar e nas margens dos rios, apanhando o lixo que encontra e participar em iniciativas sustentáveis, como é o caso do programa de monitorização ambiental Coastwatch Portugal, promovido pelo GEOTA há 32 anos. Conhecer o património natural, participando em visitas guiadas e atividades de recuperação e renaturalização dos ecossistemas, por exemplo, na Reserva Natural Local do Paul de Tornada. Optar também por transportes públicos e caminhadas a pé, escolher comprar produtos portugueses que excluem a necessidade de matérias-primas importadas, bem como produtos ecológicos e biológicos, são apenas alguns exemplos de formas como um cidadão individual pode contribuir para a preservação do ambiente.
“É importante que todos percebam que a conservação do ambiente começa com gestos individuais e que recursos que hoje em dia consideramos dados por garantidos, podem acabar num futuro muito próximo. Estes gestos vão realmente fazer a diferença e pequenas mudanças no nosso dia a dia, podem ter um enorme impacto positivo”, declara João Dias Coelho.
Num comunicado, o GEOTA apela ainda à reflexão na forma como o cidadão pode ser mais ativo na preservação do ambiente, partilhando no seu site as 10 resoluções que considera fundamentais para 2022.