No âmbito da consulta pública da “Concessão de Exploração de Depósitos Minerais de Lítio e Minerais Associados – Romano”, em fase de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), o GEOTA (Grupo de Estudos do Ordenamento do Território e Ambiente) aponta para uma “perspetiva enviesada”, onde os “impactes ambientais a curto, médio e longo prazo são negligenciados e os económicos são sobrevalorizados”.
“As medidas de minimização e compensação apresentadas em Montalegre são insuficientes, têm pouco detalhe e, em muitos casos, limitam- se a respeitar a legislação em vigor ou práticas já usuais do setor extrativo”, alerta Miguel Macias Sequeira, do GEOTA,
Num comunicado, o GEOTA deixa algumas críticas relativamente à Concessão da Mina do Romano:
- O projeto está a avançar de forma desarticulada com a Avaliação Ambiental Estratégica para a prospeção e pesquisa de lítio em Portugal;
- O local proposto integra Património Agrícola Mundial e a zona tampão da Reserva da Biosfera Gerês-Xurés;
- Há uma potencial falta de competência da empresa e registaram-se vários avanços e recuos no projeto;
- O estudo de impacto ambiental tenta desvalorizar as consequências negativas, certas, permanentes e significativas provocadas pelo projeto;
- A nível social, existe uma oposição forte por parte das comunidades locais;
- No âmbito do impacto económico, as caraterísticas do projeto não parecem interessantes para o desenvolvimento local a médio e longo prazo.
Desta forma, o GEOTA alerta para a importância de se reavaliar a Concessão da Mina do Romano, atualmente em consulta pública, lembrando as consequências negativas que o projeto poderá trazer a nível económico e social e frisando os danos ambientais irreversíveis que o projeto vai implicar.