Galp mantém 70 empregos no parque logístico em Matosinhos e analisa mobilidade interna
A Galp vai manter 70 empregos no parque logístico em Matosinhos, depois do encerramento da refinaria, estando ainda a analisar “eventuais soluções de mobilidade interna” para uma parte dos trabalhadores, noticiou a Lusa.
“Privilegiando soluções que permitam a manutenção do emprego, prevê-se manter cerca de 70 postos de trabalho no parque logístico, encontrando-se em curso uma análise de todos os processos de contratação na empresa”, adiantou a Galp, em comunicado, acrescentando que está a decorrer uma avaliação da “possibilidade de direcionar uma parte substancial das vagas de 2021 para promover eventuais situações de mobilidade interna e de requalificação de competências”.
A empresa pretende, assim, “integrar o maior número de pessoas noutras funções dentro do grupo Galp, nomeadamente na refinaria de Sines, bem como em outras oportunidades no mercado de trabalho”. Além disso, foram “identificadas as potenciais situações de reformas por velhice e/ou reformas antecipadas por turnos, tendo sido ainda considerado um plano social com condições substancialmente favoráveis para os casos de acordos de pré-reforma ou de rescisões por mútuo acordo”, disse ainda a Galp.
O grupo deu conta deste plano, na sequência da decisão de concentração das atividades de refinação em Sines, depois de iniciar “esta semana, conforme planeado, um conjunto de reuniões e sessões de esclarecimento para partilhar informação com os colaboradores e com os seus representantes acerca das soluções previstas para as pessoas e das etapas de desativação da refinaria de Matosinhos”.
De acordo com a informação divulgada, “entre fevereiro e março serão realizadas conversas individuais com as 401 pessoas da refinaria com o objetivo de identificar as soluções que se afigurem viáveis em cada caso particular e a data de implementação prevista para a mesma, garantindo que todos serão ouvidos e tratados com o respeito e a dignidade que se exige”, assegurou a empresa.
A Galp detalhou ainda que “estão previstas três grandes etapas sequenciais — descomissionamento, desmantelamento e descontaminação — que devem prolongar-se durante um período mínimo de três anos”.
O descomissionamento da refinaria “terá lugar durante 2021 (até final de março para a fábrica de combustíveis, até final de junho para as fábricas de aromáticos e óleos base e até final de dezembro para as utilidades) e destina-se a isentar todas as unidades processuais da presença de produto”, lê-se na mesma nota, à qual a Lusa teve acesso.
Assim, o grupo irá preparar “os equipamentos de uma forma segura para, a partir de 2022, o seu desmantelamento e subsequente descontaminação, de acordo com plano a definir que resultará das alternativas de uso a serem identificadas”.
Na terça-feira, os trabalhadores da refinaria de Matosinhos, por sua vez, disseram que a Galp lhes propôs “remendos” numa reunião para debater as consequências do encerramento da infraestrutura.
O responsável da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal), Manuel Bravo, que esteve no encontro com a Comissão Sindical do Site-Norte e a administração da Galp, disse à Lusa que que a empresa “vai apresentando remendos”, como “a possibilidade de encaixar aqueles trabalhadores em outras empresas do grupo”. A empresa apontou ainda a possibilidade de dar aos colaboradores “competências e formação para que mais facilmente ingressem no mercado de trabalho em outras empresas” e “de transferências de trabalhadores de Matosinhos para Sines”, adiantou.