Mais de 86% do Ebitda proveniente da atividade internacional. Produção total de petróleo e gás natural aumenta 8% com contributos das novas unidades de produção no Brasil e em Angola. Ebitda aumenta 9% para 494 milhões de euros no 1.º trimestre de 2019. Resultado líquido trimestral ajustado diminui para 103 milhões por aumento dos custos fiscais.
A execução dos projetos de Exploração e Produção (E&P) de petróleo e gás natural no Brasil e Angola – e o aumento da produção daí resultante – compensou a diminuição da atividade de Refinação e Distribuição, num período marcado pela introdução de novas normas contabilísticas (IFRS 16).
O resultado ajustado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda RCA) aumentou 9% em termos homólogos para 494 milhões de euros, dos quais 86% resultaram das atividades internacionais – e mais de 75% diretamente da área de E&P. A aplicação da nova norma contabilística IFRS 16 teve um impacto positivo em Ebitda de 44 milhões de euros.
O Ebitda da área de E&P registou um aumento de 28% face ao trimestre homólogo, para um total de 374 milhões de euros, suportado num aumento de 8% da produção de petróleo e gás natural. Esta totalizou 113 mil barris de petróleo e gás natural por dia com a entrada em operação e progressivo aumento de produção de duas unidades flutuantes do tipo FPSO instaladas nos campos de águas ultraprofundas do pré-sal da bacia de Santos, no Brasil, e de uma em Angola, no último ano. O Ebitda do E&P incluiu ainda um impacto positivo de €33 milhões em resultado da aplicação da nova norma IFRS 16.
Os resultados operacionais da área de Refinação & Distribuição caíram 42% para 70 milhões de euros, pressionados pela queda das margens de refinação no mercado europeu e por restrições operacionais no aparelho refinador que afetaram as vendas, sobretudo para os mercados de exportação.
O aumento de vendas nos hubs europeus compensou a diminuição das vendas a clientes diretos, o que se refletiu numa melhoria de 40% do Ebitda da área de Gas & Power em termos homólogos, para 47 milhões de euros.
O resultado líquido ajustado do primeiro trimestre totalizou 103 milhões de euros, 24% abaixo do valor registado no mesmo período do ano passado. De acordo com as normas contabilísticas internacionais (IFRS), o resultado líquido do 1.º trimestre foi negativo em 8 milhões de euros, o que se explica com um aumento dos eventos não recorrentes negativos de 126 milhões de euros, que se explicam essencialmente pelo impacto da unitização do campo de Lula no Brasil. A participação da Galp neste bloco, através da Petrogal Brasil, passou de 10% para 9,2%, com efeitos a partir de 1 de abril de 2019. Em resultado deste processo, a Galp reconheceu um impacto de 98 milhões de euros como evento não recorrente.
Outros indicadores financeiros
O cash flow das atividades operacionais (CFFO) nos primeiros três meses do ano foi de 396 milhões de euros, um aumento de 62% em relação ao período homólogo, já considerando o impacto de 44 milhões de euros da aplicação da norma IFRS 16, e apesar da menor contribuição da atividade de refinação. O FCF foi de 159 milhões, ou 91 milhões depois do pagamento de dividendos a interesses que não controlam.
O investimento no 1.º trimestre totalizou 149 milhões, em linha com o valor do ano anterior, dos
quais 89% foram alocados ao negócio de E&P, principalmente à execução do projeto Lula, no Brasil,
do bloco 32 em Angola, que tem uma segunda unidade FPSO a produzir desde o início de abril, e do
projeto de GNL em Moçambique.
A 31 de março de 2019, a dívida líquida situava-se em 1,6 mil milhões, um decréscimo de 134 milhões
em relação ao trimestre anterior, refletindo a geração de caixa durante o período. O passivo referente
a locações financeiras situou-se nos 1.230 milhões. O rácio de dívida líquida para Ebitda RCA, considerando os ajustes da aplicação da norma IFRS 16 no Ebitda RCA, foi de 0,7x.