O futuro da comercialização do controverso herbicida glifosato continua em suspenso. O Comité Permanente de Plantas, Animais, Alimentos de Consumo Humano e Animal da Comissão Europeia, com representantes dos 28 estados Membros, esteve reunido anteontem e ontem em Bruxelas para, entre outros assuntos, votar o prolongamento da venda do glifosato no espaço comunitário. A 30 de junho, a autorização de venda deste herbicida expira. Em março, o comité já tinha debatido o assunto sem ter chegado a uma conclusão, refere o Público. Ontem, sem os votos a favor de França e Alemanha, seria impossível obter-se uma maioria qualificada. E o assunto voltou a ser adiado.
“A Comissão vai refletir sobre os resultados destas discussões. Se nenhuma decisão for tomada taé 30 de junho, o glifosato não será mais autorizado na União Europeia e os Estados Membros terão de retirar a autorização de todos os produtos à base de glifosato”, revela um porta-voz da Comissão Europeia.
O atual impasse é um resultado direto da controvérsia existente sobre esta substância química. Em 2015, um relatório da Agência Internacional para a Investigação do Cancro, que faz parte da OMS, concluiu que há “provas limitadas” de que o glifosato é carcinogénico. Mas um novo relatório de um comité conjunto a ONU para Alimentação e Agricultura (FAO) e da OMS concluiu, na segunda-feira, que “é pouco provável que o glifosato tenha um risco carcinogénico”.