O Fundo Ambiental vai disponibilizar, até ao final do ano, cerca de cinco milhões de euros para ações de emergência na área ardida da serra da Estrela. O anúncio foi dado, esta terça-feira, 27 de setembro, por Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e da Ação Climática, numa visita que fez ao município de Manteigas, juntamente com secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Catarino.
“No imediato, que é aquilo que interessa para a generalidade das pessoas, nós temos disponibilidade já, do Fundo Ambiental, até ao final do ano, [de] cerca de cinco milhões de euros”, disse Duarte Cordeiro, destacando que a verba já disponibilizada dá resposta à capacidade para executar todas as tarefas que foram identificadas.
“É um grande trabalho que exige a contratualização de muitas entidades, muitas empresas, algumas delas que têm que ser [de] fora do território, pela complexidade dos trabalhos que estamos a identificar. É um trabalho muito complexo e difícil, mas não faltarão recursos para todo o trabalho que nós precisamos de fazer no que diz respeito à estabilização de emergência”, disse.
Quando falava aos jornalistas, o ministro do Ambiente e da Ação Climática lembrou que foi publicada em Diário da República a Resolução do Conselho de Ministros que declara como excecional e particularmente afetados pelos incêndios rurais os concelhos do PNSE (Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda, Manteigas e Seia), bem como todos os concelhos com uma área ardida acumulada, em 2022, igual ou superior a 4500 hectares ou a 10 % da respetiva área. “Penso que, do ponto de vista coletivo, é um programa muito ambicioso para a recuperação da serra da Estrela”, disse.
Na reunião, tal como avançou a agência Lusa, foram definidas regras para “fortalecer a presença e também a partilha de responsabilidades no território”. “Até ao final desta semana esperamos que a APA [Agência Portuguesa do Ambiente] volte a ter reuniões com os municípios para revisitar todas as necessidades de intervenção, especialmente ao nível hidrológico” e, da parte do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), reuniões “para identificar todas as intervenções que têm de ser realizadas e contratualizadas com os municípios”, disse.
Foi definido um método de trabalho que prevê que técnicos do ICNF, da APA e elementos do Gabinete do Secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, trabalhem dois dias por semana no município de Manteigas. “A primeira reunião será feita já esta semana”, apontou Duarte Cordeiro, adiantando que também “haverá uma reunião semanal com os Gabinetes Técnicos Florestais dos vários municípios para que seja feita uma avaliação do trabalho realizado na semana anterior e projeção do trabalho para a semana seguinte”.
Por outro lado, “haverá mecanismos de notificação de todas as intervenções realizadas no território, para que os municípios possam acompanhar”, e será feito um trabalho conjunto ao nível da comunicação com a população “de todas as situações de risco que careçam de intervenção”, disse.
*Fonte: Lusa