Fundação PT planta mil medronheiros em Pedrógão Grande
Cinquenta voluntários da Altice Portugal, oriundos de várias zonas do país, participaram ontem numa ação de reflorestação da Fundação PT, que doou mil medronheiros ao município de Pedrógão Grande para plantação na localidade de Mosteiro, avançou a “Lusa”. “Esta ação insere-se no âmbito da responsabilidade social da Altice Portugal. A Fundação PT, que faz parte do grupo, desenvolve iniciativas de voluntariado. Viemos com uma equipa de 50 voluntários e vamos plantar medronheiros porque são arbustos resistentes aos incêndios e que vão formar uma parede para os evitar”, disse à agência “Lusa” a diretora da Fundação PT, Graça Rebocho.
Esta responsável, que falava aos jornalistas durante a ação de reflorestação que decorreu na zona de Mosteiro, Pedrógão Grande, explicou que a iniciativa se insere a par de outras já desenvolvidas pela fundação ao nível da sustentabilidade ambiental, sendo que o objetivo passa por ajudar os municípios afetados pelos incêndios, reflorestando as zonas ardidas. “Hoje vamos plantar mil árvores. O mês passado plantamos duas mil e vamos doar mais cinco mil árvores que já não seremos nós a plantar com os voluntários. Tudo para esta zona, mas não significa que seja tudo para este município”, disse.
Graça Rebocho adiantou ainda que recentemente desenvolveram um “Call Center solidário”, cujas chamadas recebidas de todo o mundo contribuíram com incentivos para os municípios afetados pelos incêndios florestais de 2017, que provocaram mais de 115 vítimas mortais. “Em junho, vamos fazer uma corrida e uma caminhada em Pedrógão Grande, em que contamos com mil colaboradores da Altice. Esta é também uma forma de dinamizar esta localidade. Vamos continuar com estas iniciativas e já doámos mais de 550 peças de mobiliário para esta zona. É a nossa forma de contribuir para a sua sustentabilidade”, concluiu.
Já Vera Santos, da Associação Nacional das Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA), parceira desta iniciativa, explicou que fazem o acompanhamento técnico da reflorestação. “Vamos sempre fazer o acompanhamento da ação e fazemos também o acompanhamento posterior da plantação, ou seja, a substituição das plantas mortas na próxima época de plantação a partir de novembro”, disse.
Esta responsável sublinhou ainda que todo o acompanhamento das plantas irá decorrer durante um período entre três e cinco anos. “Normalmente, é expectável que morram cerca de 20% nas plantações. Estamos a fazer hoje a ação, porque tem chovido e há água no solo suficiente”, frisou.
Margarida Gonçalves, responsável florestal da Câmara de Pedrógão Grande, disse que já foram realizadas diversas ações de reflorestação, sendo que esta é a última que acontece já um pouco fora da época de plantação. “Já plantamos cerca de cinco mil árvores (…). O papel da câmara é encontrar locais estratégicos para fazermos estas plantações. Como a aposta é sempre em espécies autóctones, a câmara decidiu que estas ações serão feitas sempre junto a aldeias, nas faixas de gestão de combustível, para conseguirmos criar uma faixa de floresta mais resiliente caso tenhamos incêndios no futuro”, explicou.
Adiantou ainda que já foram realizadas intervenções idênticas em cerca de meia dúzia das 90 aldeias do concelho de Pedrógão Grande, sendo que 60 foram afetadas pelo incêndio de junho de 2017. “Estamos a falar de cerca de 10 mil hectares de floresta afetada. Contando que a parte do eucalipto vai regenerar normalmente, fizemos as contas a 1.300 árvores por hectare, são muitas árvores. Isto é uma gota de água, mas um oceano é feito de muitas gotas de água”, concluiu.