Com a descida acentuada das temperaturas, os portugueses têm procurado soluções para combater o frio nas suas casas, com um aumento de 75% na procura por serviços de eficiência energética nos primeiros nove dias do ano, em comparação com o mês anterior, revelam dados da Fixando.
Entre os serviços a que os portugueses mais recorrem, destacam-se a auditoria energética, com um aumento de 300%, a instalação de capoto/isolamento (+163%) e a instalação de caldeiras (+150%). Além disso, a procura por serviços de manutenção para sistemas que contribuem para o controlo da temperatura das casas aumentou 55%, onde se incluem a reparação de bombas de calor (+100%), substituição de persianas (+67%) e reparação de janelas (+56%).
“As baixas temperaturas têm vindo a destapar as deficientes condições de eficiência energética das habitações dos portugueses. E o aumento da procura por estes serviços sugere que os portugueses estão cada vez mais conscientes da necessidade de lidar com a pobreza energética das suas casas. É positivo que recorram a auditorias para compreender e melhorar o desempenho energético das suas residências, porque comprar um aquecedor ou instalar um ar condicionado nem sempre é a solução mais eficaz”, explica Miguel Mascarenhas, CEO da Fixando.
Quanto aos distritos do país onde a contratação destes serviços mais subiu, Lisboa encabeça a lista (+114%), seguido por Évora (+112%) e Braga (+90%).
Este aumento da procura está a criar um desafio para os profissionais, com apenas 62% dos pedidos de clientes nesta área a conseguirem resposta em janeiro (em dezembro, essa percentagem era de 79%).
A Fixando alerta ainda que a incapacidade de dar resposta a tantos pedidos está a refletir-se nos preços, que já começaram a aumentar. Enquanto alguns ainda mantêm os preços de 2023, como é o caso da Auditoria Energética, com um preço médio de 197€, os serviços relacionados com remodelações registaram um aumento médio de 100€ por serviço (+27%).
Se o frio persistir nos próximos dias, a procura por serviços de melhorias energéticas pode aumentar ainda mais, estimando-se um crescimento adicional de 51% em janeiro. Contudo, apenas 8% dos especialistas registados na Fixando nestas áreas têm disponibilidade para aceitar novos pedidos, levando a que a taxa de resposta possa baixar para 35%.
Para o CEO da plataforma de contratação de serviços, “é alarmante ver que, segundo um estudo de 2021 da EDP e do ISEG, 75% do parque habitacional português é ineficiente do ponto de vista energético, com uma classificação C ou inferior. E quase um quarto (22,5%) da população portuguesa – praticamente três vezes a média europeia -, reconhece estar em situação de pobreza energética, sem condições financeiras para aquecer a casa no inverno e mantê-la fresca no verão. Especialmente quando as alterações climáticas precipitam cenários mais radicais de baixas e altas temperaturas ao longo do ano”.